Brasília

A única solução aos bloqueios é um pronunciamento do presidente, diz Movimento Pró-Logística

Edeon Vaz, diretor da entidade, destaca que a situação, mais uma vez, lança luz sobre os riscos da dependência do modal rodoviário no país

Os bloqueios nas rodovias preocupam entidades de todo o país. Em entrevista exclusiva concedida ao Canal Rural Brasília, o diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz, afirmou que as paralisações prejudicam o país e que, na avaliação dele, a única forma de colocar fim nesta situação é um pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro sobre o resultado do segundo turno das eleições, vencido pelo candidato da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva.

Edeon lembra que o bloqueio nas vias gera uma sequência de problemas, que começam com as perdas de cargas frescas e de proteínas dentro dos caminhões, passam pelo desabastecimento e vão até os produtores (que precisam parar a produção) e os consumidores — que sofrem com a alta de preços.

“Isso vai gerando uma situação administrável, não temos como resolver isso. Então, como vai resolver isso? É com um pronunciamento do presidente da República, qualquer que seja. Mas ele tem que vir a falar. Esse silêncio dele está provocando todo esse problema que nós estamos vendo aí”, afirmou Edeon.

Segundo o diretor, as manifestações são organizadas por lideranças regionais e têm recebido o apoio da parte bolsonarista da população. Ele destaca que a situação, mais uma vez, lança luz sobre os riscos da dependência do modal rodoviário no país. “Hoje, no Brasil, se uma liderança nacional quiser de forma estratégica parar o Brasil, ela para. Como está parando”.

E complementou: “Independentemente de governo, nós precisamos aumentar o nosso modo ferroviário e o nosso modo aquaviário. Nós precisamos aumentar o nosso fluxo da navegação interior e o número de ferrovias. Temos que ter competição entre as ferrovias e não essa situação que nós temos hoje no Brasil”.

Bloqueios nas rodovias

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), até o fim da manhã desta terça, havia 267 pontos de interdição ativos. Ainda segundo a PRF, 306 pontos de bloqueio já foram desfeitos (até o fechamento desta reportagem).

Em nota, a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) e os sindicatos regionais dos policiais rodoviários federais defendem o respeito ao resultado das eleições, que deu a vitória ao petista Luiz Inácio Lula da Silva, e dizem que estão cobrando “postura firme” da direção da PRF para o desbloqueio das estradas.

“O resultado das eleições de 2022 expressa a vontade da maioria da população e deve ser respeitado. A postura do atual presidente da República, Jair Bolsonaro, em manter o silêncio e não reconhecer o resultado das urnas acaba dificultando a pacificação do país, estimulando uma parte de seus seguidores a adotarem ações de bloqueios nas estradas brasileiras”, diz a nota das associações.

Frente Parlamentar da Agropecuária

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) afirmou nesta segunda-feira (31), em nota, que as paralisações de rodovias por caminhoneiros que ocorrem em vários locais do Brasil podem gerar desabastecimento e impactar a cadeia produtiva.

A bancada ressaltou que respeita o direito à manifestação, mas pediu que as rodovias sejam liberadas para cargas vivas, ração, ambulâncias e produtos de primeira necessidade.

“A Frente Parlamentar da Agropecuária entende que o momento é delicado e respeita o direito constitucional à manifestação, porém ressalta que o caminho das paralisações de nossas rodovias impacta diretamente os consumidores brasileiros, no possível desabastecimento e em toda a cadeia produtiva rural do País”, declarou a FPA, na nota.

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