Mato Grosso

Manejo da mosca-branca deve ser feito logo no surgimento da praga

O entomologista Clérison Perini recomenda consórcio entre produtos químicos e biológicos na aplicação nas lavouras

A mosca-branca continua sendo motivo de preocupação para o setor produtivo, especialmente o de soja. A praga é frequente e tem marcado presença em várias culturas. Devido ao clima de algumas regiões, o insete teve alta ocorrência na última safra em Mato Grosso. Por conta da capacidade de aumento rápido da população, elas podem causar enormes prejuízos nas lavouras se não tratada logo em seu surgimento. 

Pelo potencial de impacto negativo na próxima safra, o manejo da mosca-branca foi tema de debate no painel pragas, no Master Meeting Soja 2023. De acordo com o entomologista da Proteplan, Clérison Perini, para melhor manejo e resultado no combate a praga, é necessário que o controle seja realizado o quanto antes por conta da capacidade reprodutiva do inseto. 

Foto: Clérison Perini, entomologista da Proteplan/Crédito: João Pedro Coelho

“Precisamos entender os níveis de infestação, e entrar com aplicações o quanto antes, ainda na aparição das primeiras ninfas, visto a capacidade reprodutiva que o inseto possui. Atualmente uma ninfa por folíolo já tem capacidade de reduzir significativamente a produtividade”, explica.  

Perda de produtividade 

Ele destaca que a perda de produtividade por conta da mosca-branca pode ser significativa se não for feito o manejo em tempo hábil. A recomendação é que o manejo seja realizado de forma integrada entre produtos químicos e biológicos para obter um melhor resultado. 

“É o nosso terceiro ano de trabalho na Proteplan, com duas cultivares, e observamos que as perdas de produtividade dentro de um período de convivência de 40 dias, é possível perder até 60 kg de soja por hectare”, alerta. 

Danos na planta

Perini aponta que os danos causados pela mosca-branca na leguminosa podem ocorrer de três tipos. “O dano direto pela sucção da seiva, que se instalam nas folhas, e o dano indireto causado pela excreção das ninfas, resulta no aparecimento de fumagina que interfere na fotossíntese das folhas. A terceira e mais preocupante é a aparição de viroses, que às vezes são assintomáticas nas plantas, mas que podem estar presentes e afetam o crescimento da soja, impactando diretamente na produtividade”, pontua. 

Ele explica que quando são insetos vetores, muitas vezes o nível de controle cai e é nesse momento que é preciso entrar com medidas de controle.

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