Agricultura

Agronegócio representa 67% das exportações do RS, diz entidade

O Indicador de Inflação dos Custos de Produção (IICP) do Rio Grande do Sul registrou queda pelo décimo mês consecutivo em março de 2023

A agronegócio contribuiu com 67% das exportações do Rio Grande do Sul, com faturamento de US$ 1,2 bilhão e 1,87 milhão de toneladas vendidas para o exterior em março. As informações, divulgadas nesta quarta-feira (19), são da Assessoria Econômica da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).

Em nota, a federação informa que na comparação com março de 2022, houve avanço de 4% em valor e 1,63% em volume.

Já na comparação com fevereiro de 2023, o incremento foi de 24% em valor e 31% em volume.

Nos três primeiros meses do ano, as exportações agropecuárias do Rio Grande do Sul atingiram US$ 3,5 bilhões, aumento de 2% em relação ao primeiro trimestre de 2022.

Em volume, foram embarcados 5 milhões de toneladas para o exterior, queda de 15% ante igual período do ano passado.

Segundo a Farsul, a queda em volume nas exportações se justifica pela quebra da safra de soja por causa da estiagem e “por um defeito do ComexStat, ferramenta de dados de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC)”.

Além disso, o fato de a China ter suspendido temporariamente as compras de carne bovina do Brasil, por causa de um caso atípico de vaca louca registrado no Pará, também contribuiu para o recuo no volume exportado.

“Já as exportações de carnes de frango e suínos estão aquecidas. No caso da primeira, o principal fator é o temor do mercado internacional em relação à crise de gripe aviária, que atinge diversos mercados. Já a segunda, o motivo são os novos casos de peste suína africana na Ásia”, cita a Farsul, na nota.

Custos de produção no RS

O Indicador de Inflação dos Custos de Produção (IICP) do Rio Grande do Sul registrou queda pelo décimo mês consecutivo em março de 2023, fechando o mês com retração de 0,25% em relação a fevereiro.

Essa queda foi influenciada principalmente pela redução nos preços dos fertilizantes e do frete, que por sua vez foram impactados pelo preço internacional do petróleo.

No acumulado de 12 meses, o IICP teve uma queda significativa de 21,96%, sendo os fertilizantes os principais responsáveis por essa queda. No entanto, é importante destacar que os preços atuais dos fertilizantes ainda estão acima dos patamares registrados antes da forte elevação no início de 2021.

Já o Indicador de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) teve uma deflação de 2,94% em março na comparação com fevereiro, resultado dos preços da soja e do milho, que sofreram uma retração devido à expectativa de safra brasileira recorde e à sazonalidade.

Em 12 meses, o IIPR acumulou uma queda de 15,26%. Enquanto isso, o IPCA Alimentos, índice que mede a inflação dos alimentos nos supermercados, teve um aumento de 7,29% no mesmo período, o que confirma o descolamento entre os preços dos produtos no campo e nas prateleiras. Essa diferença é influenciada por outros fatores, como custos com energia elétrica, mão de obra, combustíveis, entre outros.