Agricultura

‘Mato Grosso pode dobrar cultivo de grãos com plantio em áreas de pasto degradado’

Em entrevista do Direto ao Ponto, superintendente do Imea destaca potencial de expansão da agricultura no estado e avalia desempenho da safra 21/22 e projeções para o novo ciclo

Mato Grosso, estado que é o maior produtor de soja do Brasil, tem potencial de sobra para ampliar o cultivo de grãos nos próximos anos. É o que afirma Cleiton Gauer, superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que foi o entrevistado desta semana no programa Direto ao Ponto.

No bate-papo com o apresentador Glauber Silveira, ele destacou que existem em Mato Grosso pelo menos 14 milhões de hectares de pastagens degradadas, com aptidão para serem convertidas em áreas de produção agrícola. O total disponível supera os 11,4 milhões de hectares que atualmente são destinados ao plantio de soja.

Safra de soja em Mato Grosso

O superintendente também analisou o desempenho da safra de soja e da segunda safra de milho deste ano. “Começamos bem. A produção de soja em Mato Grosso estava muito boa até a colheita, quando tivemos problemas em algumas regiões. Isso acabou trazendo reflexos de qualidade e de perda para alguns produtores. Mas, no geral – quando olhamos para o volume produzido – estamos falando em torno de 40 milhões de toneladas de soja”, diz.

Esse resultado, segundo Cleiton Gauer, também é consequência direta da expansão das lavouras, que ocuparam área recorde este ano.

Milho segunda safra

Já com relação ao milho segunda safra, Gauer comentou que o início foi promissor. A maior parte das plantações foi semeada dentro da janela ideal (que vai até o fim de fevereiro), porém, durante o desenvolvimento dos milharais os problemas surgiram.

“O clima não colaborou pela falta de chuvas e, quando elas voltaram, nós já havíamos consolidado as perdas nas regiões” – Cleiton Gauer, superintendente do Imea

Importação de milho pela China

As expectativas em torno da importação de milho brasileiro pela China também foram destaque durante a conversa. Na avaliação do superintendente do Imea, há uma boa oportunidade.

“Estamos com parte do milho já comercializada, mas o produtor está observando o mercado principalmente nas últimas semanas, por conta da colheita. Essa entrada da China pode ser um importante fator para dar sustentação de preço e dar um up nas cotações que estamos observando. Ainda temos espaço para negociações”, afirma.

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