Diversos

Agro sustentável: ‘Devemos mostrar ao mundo que usamos tecnologia de descarbonização’

Em comissão no Senado, o presidente da Embrapa afirmou que nenhum outro país produz de forma tão sustentável como o Brasil

O Senado promoveu nesta terça, 24, a segunda etapa da Comissão de Relações Exteriores. Entre os temas abordados pelos participantes estão temas de impacto para o agronegócio, como agricultura de baixo carbono, bioenergia e conquista de novos mercados.

O presidente da Embrapa Celso Moretti disse que não existe outro país no mundo que produza de forma tão competitiva e sustentável como o Brasil. No entanto, ele diz que  é preciso passar essa mensagem ao mercado internacional.

“Não existe nenhum setor da economia que não será afetado pelas mudanças do clima até 2050. Por isso eu acho muito importante mostrar para o mundo o que é possível fazer o que nós já fazemos, usando tecnologia de descarbonização”, diz.

Moretti falou também sobre a visita do presidente da conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP26), Alok Sharma em Brasília este mês, quando conheceu o sistema integrado lavoura, pecuária, floresta.

“Ele ficou embasbacado com o que ele viu de tecnologia, de possibilidade de redução de gases de efeito estufa utilizando tecnologia de agricultura tropical”, afirma.

O presidente da Empresa de Pesquisas Energética, Thiago Barral falou sobre a importância da bioenergia em uma produção sustentável e apontou o Brasil com destaque nessa área.

“O mundo na média tem somente 12% de energia renovável. Enquanto o Brasil quase 50%. Olhando somente energia elétrica, o Brasil novamente tem enorme destaque com 85% da energia consumida em 2020 de fonte renovável. Enquanto a média mundial foi de 26%”, pontua.

O professor de agronegócio do Insper, Marcos Jank, disse que o Brasil precisa melhorar a sua comunicação com o mundo, além disso desenvolver estratégias para a conquistar novos mercados na Ásia, e não ficar restrito a China.

“Infelizmente até hoje não conseguimos vender carne bovina para o Japão. Nós temos que abrir negociações e reforçar as equipes de diplomatas e adidos agrícolas naquelas regiões. Nós não podemos ficar só vendendo milho e soja para a China, nós temos que ampliar as vendas de carnes. Não faz sentido eles comprarem só soja e grão e dificultar as aquisições da carne”, ressalta.