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Cana: Centro-Sul encerra safra 2020/21 com maior oferta de ATR da história

Moagem de 605,46 milhões de toneladas de matéria-prima resultaram na oferta recorde de 87,62 milhões de toneladas de açúcares totais recuperáveis, de acordo com a Unica

A região Centro-Sul do Brasil encerrou a safra de cana-de-açúcar 2020/2021 (abril de 2020 a março de 2021) com moagem de 605,46 milhões de toneladas, representando crescimento de 2,56% em comparação com os 590,36 milhões de toneladas registrados na temporada anterior 2019/2020. O levantamento é da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), divulgado nesta terça-feira, 13.

O diretor técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues, informou em comunicado que “essa expansão da moagem, simultânea à melhora da qualidade da matéria-prima, refletiu na maior disponibilidade de produto, com avanço de 7,11% na produção de açúcar e etanol frente ao ciclo passado”.

Segundo a Unica, a qualidade da matéria-prima atingiu 144,72 kg de açúcares totais recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar no atual ciclo, ante 138,57 kg na safra 2019/2020 (+4,44%). Esse crescimento, alinhado com a maior moagem, resultou em um incremento de 7,11% na quantidade global de produtos disponíveis, que somou 87,62 milhões de toneladas de ATR. “Em oferta total de produto, essa é a maior safra da história do setor”, ressaltou o diretor.

Antonio de Pádua Rodrigues afirmou que, do ATR total processado na safra, 46,1% foi destinado à produção de açúcar, 18% à fabricação de etanol anidro e 35,9% à produção de etanol hidratado. “Apesar da produção recorde de açúcar, a maior parcela da cana foi direcionada para a fabricação do biocombustível”, destacou.

Açúcar e etanol

A fabricação de açúcar alcançou 38,465 milhões de toneladas em 2020/21, acréscimo de 43,73% em relação à produção de 26,76 milhões de toneladas do ciclo anterior. A Unica ponderou que, como resultado das medidas de restrição a mobilidade e menor demanda por combustíveis, observou-se um recuo na produção de etanol na safra 2020/2021.

A produção total do biocombustível alcançou 30,366 bilhões de litros, recuo de 8,7% em relação à safra 2019/2020. Deste total, 9,69 bilhões de litros foram de etanol anidro (-2,65%) e 20,68 bilhões de litros de etanol hidratado (-11,31%). Apesar da queda, o volume produzido ainda é o terceiro maior registrado na história do setor, segundo a Unica.

Milho

O etanol proveniente do milho alcançou 2,57 bilhões de litros de produção, registrando avanço de 58,13% em relação à safra 2019/2020. A participação do etanol de milho na fabricação total de biocombustível no Centro-Sul totalizou 8,45%.

O mix de produção da safra 2020/2021 representou 46,07% do total de matéria-prima processada para a fabricação de açúcar e 53,93% para etanol. O presidente da Unica, Evandro Gussi, disse que “nesse período também incorporamos uma nova operação à rotina, a de emissão de CBIOs, honrando nossos compromissos de descarbonização. Contribuímos, assim, para que o primeiro ano do RenovaBio fosse bem-sucedido, estabelecendo bases sólidas e confiabilidade para essa que é umas das maiores políticas de descarbonização dos transportes do mundo”.

Dados preliminares apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) indicam que a produtividade da lavoura colhida na safra 2020/2021 atingiu 77,9 toneladas de cana-de-açúcar, ante 76,1 toneladas verificadas no ciclo 2019/2020 (crescimento de 2,3%). A estimativa de área colhida no Centro-Sul na safra 2020/2021 totalizou 7,77 milhões de hectares, em comparação com 7,76 milhões estimados para o ciclo 2019/2020.