COP26

Criação de mercado de carbono pode ser votada nesta segunda-feira

Autor do projeto, deputado Marcelo Ramos, diz que além de integrar o Brasil na pauta climática global, o texto é uma oportunidade de negócios

Relatora do projeto que regulamenta o mercado de compra e venda de créditos de carbono no Brasil (PL 528/21), a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou que a proposta poderá ser votada nesta segunda-feira (8).

O texto, que cria o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), teve a urgência aprovada na última quinta-feira. Zambelli adiantou que vai negociar pontos da proposta que, segundo ela, não cria um mercado obrigatório em função das desigualdades regionais.

“As regiões Sudeste e Sul estão preparadas para receber essa obrigatoriedade do crédito de carbono do mercado de carbono. Porém, as regiões Norte e Nordeste não estão preparadas por enquanto para receber esse mercado obrigatório de crédito de carbono. E o que poderia acontecer? O problema de as regiões mais pobres do País acabarem tendo que pagar para as regiões mais ricas do País”, afirmou.

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A relatora explicou que o mercado será regulado por uma terceira parte, como uma bolsa de valores, sem interferência direta governamental. “Não vai haver controle governamental sobre o crédito de carbono. Isso é importantíssimo para dar mais tranquilidade para as pessoas jurídicas ou físicas que queiram comercializar os créditos de carbono. Estamos regulamentando os procedimentos de validação e verificação”, disse Zambelli.

Segundo Zambelli, a aprovação da proposta vai gerar uma sinalização positiva, especialmente durante a realização da Cúpula Mundial do Clima (COP26). “É importantíssimo que mostremos para o mundo que estamos preocupados com essa segurança jurídica e como vamos verificar esse crédito de carbono internamente”, destacou.

Autor do projeto, o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), integra a comitiva da Câmara dos Deputados na COP26.

“O Brasil precisa se inserir neste esforço global de equilíbrio climático do planeta. Além disso, o projeto também é uma oportunidade para gerar novos negócios no Brasil, especialmente no agronegócio”, disse o deputado, que também é vice-presidente da Câmara dos Deputados.