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‘Crise hídrica e energia mais cara podem reduzir oferta de carnes no país’

Segundo professor de economia da Unicamp, o cenário que se vê para a oferta de energia é pior em relação ao de 2001

A crise hídrica pesa no bolso dos brasileiros. Com a perda da capacidade das hidrelétricas, o sistema depende das usinas termelétricas, que têm um custo bem mais caro de geração. O comitê de monitoramento do setor elétrico, órgão presidido pelo Ministério de Minas e Energia afirmou nesta semana que há uma “relevante piora” das condições hídricas no país.

Segundo Daniel Capitani, professor de economia da Unicamp, a crise energética que tem se conjecturado está até mais grave do que aquela vista em 2001, ano em que o país sofreu um apagão no abastecimento. Esse cenário causa impactos para a sociedade como um todo.

“Há um impacto no índice de preços da economia tanto para o consumidor quanto para o produtor, pois isso pode gerar uma pressão ainda mais inflacionária dos alimentos, bem como o aumento do custo de produção nas empresas”.

Ainda de acordo com o professor da Unicamp, o aumento da crise hídrica coloca ainda mais pressão nas tarifas de energia elétrica, com reflexo direto em alguns elos da cadeia de produção.

“Temos um impacto em alguns setores e de forma mais acentuada, como por exemplo avicultura e nos frigoríficos. Com custo maior de eletricidade, é possível que tenhamos uma redução no abate de animais, gerando pressão sobre mercado de proteínas, com menor oferta de carne bovina e de aves, ainda com maior reflexo nos preços”, destaca.