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Deputados do agro articulam apoio aos candidatos à presidência da Câmara e Senado

A disputa pela presidência da Câmara está em pleno vapor com formações de acordos e busca por votos; eleições acontecem no próximo dia 1º

A uma semana da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, parlamentares que representam os interesses do agronegócio se movimentam nos bastidores de Brasília para conseguir apoio aos candidatos. Na última sexta-feira, 22, um grupo de deputados da bancada do agro tomou café-da-manhã com o presidente da República Jair Bolsonaro e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para reafirmar intenção de voto no candidato endossado pelo chefe do Executivo.

Por enquanto, é a eleição na Câmara dos Deputados que tem gerado mais tensão nos corredores dos poderes. A polarização da corrida presidencial está entre os candidatos Arthur Lira (PP-AL), respaldado pelo presidente da República Jair Bolsonaro, e o candidato Baleia Rossi (MDB-SP), indicado pelo atual presidente da casa, Rodrigo Maia. O presidente da Câmara, além de selecionar os projetos de lei a serem votados em plenário, é o segundo na linha de sucessão presidencial e é o responsável por aceitar um pedido de impeachment contra o presidente da República. A definição do parlamentar que ocupará este posto pelos próximos dois anos é crucial para a formação de estratégias políticas.

Entre os membros da diretoria da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) que participaram do café-da-manhã com o presidente Bolsonaro e manifestaram intenção de voto em Lira estão o deputado Neri Geller (PP-MT), Evair Melo (PP-ES), Aline Sleutjes (PSL-PR), Zé Vitor (PL-MG). A ministra Tereza Cristina, deputada federal licenciada do mandato para exercer cargo no Executivo, deve reassumir o posto no Legislativo no dia das eleições para votar em Lira. Com isso, Cristina deve ir contra a indicação de voto do próprio partido. O Democratas, partido de Rodrigo Maia, apoia a candidatura de Baleia Rossi.

O atual presidente da frente, deputado Alceu Moreira (MDB-RS) e o presidente eleito da próxima gesta, deputado Sérgio Souza (MDB-PR) já manifestaram intenção de voto no colega e presidente de partido, Baleia Rossi.

“É importante frisar que a frente parlamentar não manifesta apoio para um ou outro candidato, já que é uma organização multipartidária. Mas, eu afirmo que 80% da diretoria da bancada está com o Lira”, afirma o deputado Neri Geller.

Porém, nos bastidores, há o entendimento de que os apoios partidários às candidaturas não conseguem prever o resultado das eleições. Pelo voto ser secreto, acredita-se que as novas lideranças do Congresso serão definidas com base em traições no próximo dia 1º. As traições seriam realizadas por parlamentares que podem ir contra as orientações do partido de apoio ou contra os anúncios públicos pessoais de intenção de voto.

Pelas regras do Congresso, o candidato que conseguir a maioria absoluta dos votos, ou seja 257 votos, é eleito. “Até o dia 1º muita coisa pode mudar. As conversas estão acontecendo, as alianças estão sendo negociadas e o resultado é incerto ainda.”, expôs um parlamentar.

No Senado, os presidentes Bolsonaro e Davi Alcolumbre apoiam o mesmo candidato, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). A principal concorrência é a senadora Simone Tebet (MDB-MS). O MDB é o partido com mais representantes eleitos no Senado, 15 no total. Os senadores Major Olímpio (PSL-SP) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO) também estão na disputa.

Porém, a definição de votos no Senado ainda está caminhando. Muitos senadores ainda não definiram seus apoios. É o caso do vice-presidente da FPA, o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS). O debate entre os senadores deve esquentar até o final desta semana. Nesta casa, é necessário que um candidato receba pelo menos 41 votos para que ele seja eleito presidente.