Hortifrúti

Mapa faz recomendações para venda de hortifrútis por feirantes e produtores

Medidas incluem cuidados com higiene pessoal e uso de faixas ou fitas para marcar a distância de pelo menos 1 m entre barracas, funcionários e clientes

feira livre, coronavírus, frutas, vegetais, hortaliças, verduras
Foto: CNA/divulgação

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) elaboraram uma lista de recomendações de cuidados de higiene para evitar a contaminação por coronavírus na comercialização de hortifrútis. As medidas se aplicam tanto para produtores quanto para trabalhadores que atuam em feiras livres, sacolões e comércio varejista.

A Anvisa e outras autoridades de saúde internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e entidades dos Estados Unidos e Eurpa, indicam não haver evidências de que o novo coronavírus possa ser transmitido por meio de alimentos. No entanto, o vírus pode persistir por horas ou dias, a depender da superfície, da temperatura e da umidade do ambiente, por isso é importante reforçar os cuidados com a higiene, incluindo a manipulação de alimentos.

Os organizadores de feiras, por exemplo, devem tomar cuidados na montagem da estrutura, como organizar o fluxo de pessoas e locais de entrada e saída, evitando aglomerações; estratificar as atividades,direcionando uma pessoa para ficar responsável, exclusivamente, para realização de operações de caixa/recebimento do pagamento. A definição desse local de pagamento deve considerar o distanciamento entre consumidores e feirantes. As feiras devem ser realizadas, em locais amplos – preferencialmente ao ar livre – seguindo orientações sanitárias, incluindo a de espaçamento entre bancas, funcionários e também clientes de, pelo menos, um metro de distância, garantido por faixas ou fitas para marcação dos limites.

Também é recomendada a higienização de veículos de transportes, locais de acondicionamento de produtos, equipamentos, utensílios, superfícies e materiais utilizando detergentes e desinfetantes aprovados pela Anvisa. Para quem prepara os alimentos, as mãos devem ser lavadas com frequência e, principalmente, após tossir, espirrar, coçar ou assoar o nariz, coçar os olhos ou tocar na boca, manusear celular, dinheiro, lixo, chaves, maçanetas, entre outros objetos.

Confira na íntegra as recomendações:

1. Quem prepara os alimentos deve lavar as mãos com frequência e, principalmente, depois de:

  • Tossir, espirrar, coçar ou assoar o nariz;
  • Coçar os olhos ou tocar na boca;
  • Preparar alimentos crus, como carne, vegetais e frutas;
  • Manusear celular, dinheiro, lixo, chaves, maçanetas, entre outros objetos;
  • Ir ao sanitário;
  • Retornar dos intervalos.

2. Sempre que for tossir, deve-se cobrir a boca e nariz com a parte interna do cotovelo, nunca com as mãos. Pode-se usar um lenço de papel descartável, mas deve jogá-lo fora depois do uso;

3. Evitar tocar os olhos, boca e nariz durante a manipulação e comercialização de alimentos;

4. Ao lavar as mãos, use bastante água corrente e sabonete líquido ou outro produto destinado ao mesmo fim (leia as informações na embalagem). Não se esqueça de esfregar bem todas as áreas das mãos, incluindo as pontas e as regiões entre os dedos, além dos punhos.

5. Mantenha as unhas curtas, sem esmaltes, e não use adornos que possam acumular sujeiras e microrganismos, como anéis, aliança e relógio.

6. Não converse, espirre, tussa, cante ou assobie em cima dos alimentos, superfícies ou utensílios. A recomendação vale para o momento do preparo e na hora de servir.

7. Deve ser feita a limpeza e higienização frequente das superfícies, dos veículos de transportes, locais de acondicionamento de produtos, equipamentos e utensílios. Os detergentes e desinfetantes utilizados devem ser adequados para a sua finalidade (leia o rótulo) e devem estar regularizados pela Anvisa. Para a limpeza podem ser indicados os detergentes, limpadores multiuso que são desengordurantes, limpa-vidros (que são à base de álcool) e o próprio álcool em baixas concentrações (abaixo de 54°). Para desinfecção das superfícies, podem ser utilizados os seguintes produtos: a solução de hipoclorito de sódio a 1%, ou seja, água sanitária na diluição recomendada no rótulo, álcool 70% líquido ou gel, e os próprios desinfetantes de uso geral (seguir a orientação do rótulo).

8. Deve haver aumento do espaçamento entre as bancas e entre os funcionários e entre os funcionários e clientes de pelo menos 1 metro de distância. Podem ser usadas faixas ou fitas para demarcar os limites. Também recomenda-se avaliar a possibilidade de ampliar a divisão dos turnos de trabalho, para evitar aglomeração de pessoas. Quando for impraticável que os funcionários mantenham distanciamento entre si, devem ser reforçadas as práticas de higiene, como lavagem de mãos e higienização de utensílios e equipamentos, eficazes para reduzir a chance de disseminação do vírus. Além disso, é importante evitar contatos físicos desnecessários, como abraços, beijos e apertos de mão;

9. Afastamento das atividades, de comerciantes que estejam nos grupos de risco, como idosos com mais de sessenta anos, ou que possuam doenças crônicas como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, insuficiência renal crônica, doença respiratória crônica, bem como daqueles que tenham contato direto com pessoas do grupo do risco;

10. Os trabalhadores com sintomas respiratórios (tosse, febre, coriza, dor de garganta e falta de ar), independentes de pertencerem a algum grupo de risco, devem ser afastados da atividade e permanecerem em isolamento domiciliar por 14 dias, assim como seus familiares que vivem na mesma casa. Apenas devem procurar um serviço de saúde no caso de agravamento dos sintomas;

11. As bancas e barracas devem ser instaladas em locais amplos, preferencialmente ao ar livre. O lixo deve ser frequentemente coletado e estocado em local isolado da área de preparação e armazenamento dos alimentos;

12. Disponibilização de pias com água corrente e sabonete, além de álcool 70% para uso de feirantes e consumidores;

13. Luvas e máscaras não são obrigatórias, mas as máscaras caseiras podem ajudar a evitar a propagação do vírus. Caso sejam utilizadas, a troca e higienização das máscaras deve ser frequente e realizadas sempre que estiverem úmidas ou sujas. No caso das luvas, estas devem ser utilizadas apenas para a manipulação do alimento;

14. Estratificar as atividades na feira, com uma pessoa responsável exclusivamente para realização de operações de caixa/recebimento. Implementação do local de pagamento considerando o distanciamento entre consumidores e feirantes;

15. Evitar aglomerações organizando o fluxo de pessoas e locais de entrada e saída;

16. Aumentar a frequência das feiras ao longo da semana de modo a reduzir a concentração do fluxo de pessoas;

17. Proibir qualquer tipo de degustação ou consumo de produtos no local;

18. Orientar consumidores para lavar frutas, legumes e verduras em água corrente e solução de água sanitária (1 litro de água e 1 colher de sopa de água sanitária – em torno de 10 ml), ou produto similar para higienização de frutas e hortaliças, obedecendo as orientações do fabricante;

19. Orientar consumidores para evitar acondicionar os produtos em geladeiras, armários e outros locais, sem a devida higienização (lavar com água e sabão). As embalagens podem ser desinfetadas com a aplicação de álcool 70% ou solução de hipoclorito de sódio (cloro), obedecendo as recomendações de preparo e utilização do fabricante conforme instruções presentes nos rótulos ou ficha técnica do produto.