Organização mundial de saúde classifica bacon, hambúrguer e salsicha como cancerígenos

Para a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), o estudo não deve afetar o mercado interno e haveria outras pesquisas que devem ser levadas em consideração

Fonte: Divulgação/Pixabay

Carnes processadas – como salsicha, presunto, linguiça, hambúrguer e bacon – foram classificadas como alimentos cancerígenos para seres humanos, conforme divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Já a carne vermelha, incluindo partes do boi, porco, carneiro, bode e cavalo, foi classificada como alimento de provável risco cancerígeno.

A decisão foi tomada pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (Iarc, na sigla em inglês) e levou em consideração evidências de que o alto e frequente consumo de carne processada provoca câncer colorretal. 

– Especialistas concluíram que, para cada porção de 50 gramas desse tipo de carne consumida todos os dias, o risco de câncer colorretal aumenta em 18% –, alertou a agência.

As classificações foram definidas com base em mais de 800 estudos que tratam da associação de cerca de 12 tipos de câncer ao consumo de carne vermelha ou de carne processada em países e populações de dietas variadas. As evidências mais fortes, segundo a Iarc, vieram de um grupo de estudo conduzido nos últimos 20 anos.

Ainda de acordo com a agência, braço da OMS, as descobertas reforçam a orientação do consumo limitado de carne entre humanos, sem deixar de levar em consideração que o alimento tem valores nutricionais.

Consumo no Brasil

O estudo divulgado pela OMS não deve afetar o consumo de carne processada no país, segundo o diretor executivo da  Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Nilo Chaves de Sá.

– A proteína animal é uma fonte importante para a nutrição humana –, afirmou.

Na avaliação do diretor Sá, há outros estudos científicos que comprovam os benefícios da carne para a saúde humana que devem ser levados em consideração.

– Respeitamos muito a OMS e apoiamos a ciência, mas parece que ainda é necessário mais pesquisa para que seja algo definitivo. Se algum dado comprovar que é necessário uma mudança no processo, por exemplo, nós vamos adotar –, afirmou.

Procurada pelo, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) disse que quer analisar o estudo completo antes de se pronunciar. A BRF informou que não vai se posicionar. 

No segmento de carne bovina, a Minerva Foods afirmou que, por questões de agenda, não poderia responder em tempo hábil. A Marfrig também disse que não vai se posicionar.