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Polícia prende criminosos que agiam com violência em áreas rurais no RS

De acordo com as autoridades, os suspeitos que praticam os crimes no campo têm ligação com o tráfico de drogas em regiões do estado

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e de Abigeato (Decrab) do município de Bagé, deu início às investigações da Operação Farroupilha, que investiga a ação de criminosos no meio rural. Ao todo estão sendo cumpridos 20 mandados de busca e apreensão em Pelotas; 17 em Capão do Leão; cinco em Rio Grande; dois em Santana da Boa Vista; um em Morro Redondo; e um em Piratini.

Também serão cumpridos 16 ordens de prisão preventiva dos principais integrantes do grupo criminoso, responsáveis por aterrorizar a região Sul do estado.

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Além de mandados de busca, a polícia cumpre outros 17 mandados de prisão contra grupo criminoso que atuava em áreas rurais do RS. Foto: Polícia Civil – RS/Divulgação

O bando é investigado por oferecer serviço de segurança rural, através de empresa de vigilância, sediada em Capão do Leão. A empresa, que atua de forma irregular, terá suas atividades encerradas e seus componentes serão presos preventivamente.

Esse tipo de situação é vista, cada vez mais, com preocupação pela Polícia Civil, pois somente no mês de agosto, duas operações, em diferentes regiões do estado, realizadas pela Decrab/Bagé, abordaram a mesma temática.

No município de Cacequi, uma organização criminosa responsável por uma série de crimes de abigeato foi desmantelada. Os seus membros ofereciam serviço de segurança e monitoramento de propriedades rurais, contudo, promoviam ataques as propriedades que não contratavam os serviços.

Durante as buscas foram apreendidos vários objetos que haviam sido roubados em propriedades rurais, além de armas, munições, veículos utilizados pelos criminosos e mais de cento e vinte mil reais em dinheiro. A operação contou com o apoio da Farsul, Associação Rural de Pelotas e Sindicato Rural de Pelotas.

Os policiais acreditam que após a ação deverá ocorrer uma diminuição nos crimes rurais em toda região.

Polícia investigava crimes no campo desde 2017

A Operação Farroupilha teve início no mês de dezembro de 2020, após uma série de roubos a propriedades rurais, crimes praticados com muita violência, inclusive com famílias inteiras sendo submetidas a cárcere pelos criminosos. O trabalho foi desenvolvido em conjunto com a Brigada Militar de Pelotas.

Segundo a polícia, as informações iniciais levavam a suspeitos já investigados pela então Força Tarefa de combate aos Crimes Rurais e Abigeato no ano de 2017, quando da realização da Operação Castelo. Como os suspeitos já eram conhecidos da Decrab,  a equipe de investigações passou a monitorar os suspeitos mediante a utilização de série de recursos tecnológicos e também diligências.

O processo tramita na Comarca de Pinheiro Machado, município gaúcho onde foram registrados os primeiros ataques.  No curso das investigações, várias apreensões de objetos roubados e prisões em flagrantes foram realizadas, pela Polícia Civil e Brigada Militar, fatos que possibilitaram a materialização das ações delitivas da organização criminosa investigada.

Por meio das investigações, a polícia constatou que o bando realizou os roubos e furtos para arrecadar recursos para o fortalecimento do tráfico de drogas, pois seus membros são integrantes de fação criminosa com forte atuação em crimes como tráfico de drogas e até mesmo homicídios em Pelotas e região.

O inquérito policial instaurado para apurar os fatos já conta com a identificação de autoria de pelo menos 18 roubos a propriedades rurais, 10 furtos e uma série de atos de narcotraficância.

A operação leva o nome de “Farroupuliha” em razão de um dos municípios mais atacados pelo bando ser Piratini, município conhecido como a 1ª Capital Farroupilha.

Nos últimos nove meses os criminosos teriam cometido crimes em mais de 15 municípios diferentes.