4 passos para garantir a aposentadoria no campo

Selecionamos algumas alternativas para investir seus recursos do trabalho e não depender apenas da Previdência Social no futuro

Foi-se o tempo em que a aposentadoria estava garantida pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) a todos os brasileiros. Hoje, não tem – ou não deveria ter – um só trabalhador que não se preocupe em como prover o futuro.

A Previdência Social para o trabalhador rural começou somente em 1963, com a criação do Estatuto do Trabalhador Rural e, ainda assim, apenas no setor rural da agroindústria canavieira. Em 1988, a Constituição instituiu regras próprias para os agricultores, e a regulamentação das contribuições aconteceu em 1991. Desde então, as divergências não acabam.

A principal reclamação é que cada categoria de trabalhador rural (empregado rural, contribuinte individual e segurado especial) possui uma forma específica de contribuição. No entanto, todos têm direito aos mesmos benefícios previdenciários. Só que a arrecadação não cobre esse valor, o que indica que, mais cedo ou mais tarde, não vai haver mesmo dinheiro para pagar todo mundo.

O que fazer, então?

Indicamos quatro passos para ter investimentos mais rentáveis que a poupança e fazer uma previdência privada com aquele dinheiro que sobra de cada safra, depois de pagos todos os custos. Transformar os lucros em economia, de pouco em pouco, é mais seguro do que confiar.

1. Escolha uma instituição financeira 

É preciso que o banco, ou a corretora, sejam instituições seguras, que deem garantias de que, quando os recursos forem necessários, no futuro, estarão disponíveis para ser utilizados.

2. Escolha um tempo

Todo investimento tem um tempo necessário para render. É preciso que, antes de aplicar o dinheiro, o produtor tenha em mente quanto tempo pode esquecer que este recurso existe. 

3. Escolha um plano de previdência privada

É um complemento ao INSS e pode ser feita em qualquer idade e sem necessidade de comprovação de renda: todo mundo está autorizado.  Nos planos é possível escolher se a renda recebida no futuro será só por um período ou se será vitalícia. Bancos privados e organizações financeiras oferecem os planos, e a fiscalização é feita pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão do governo federal que tem todas as instituições credenciadas no seu siteMas são cobradas taxas! Normalmente, três: de carregamento (sobre cada contribuição feita), de gestão (anual) e de saída (no momento do resgate). Aqui está o pulo do gato: escolher a melhor proposta, para perder o mínimo possível da economia feita por anos.

Nos planos de previdência privada, se escolhe três coisas: um valor; um tempo de contribuição; e uma forma de tributação. Os três fatores associados correspondem ao valor que será recebido no futuro. Se desistir e mudar o projeto de vida, o valor já pago pode ser resgatado. Quanto à tributação, existem dois tipos: tabela regressiva e tabela progressiva.

Regressiva: vantajosa para o resgate do dinheiro de uma só vez.
Progressiva: vantajosa para o resgate em parcelas mensais.

Quais são os tipos de previdência privada que existem?

PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre 
Para quem ganha mais dinheiro e paga um belo Imposto de Renda (IR), hoje em dia. O PGBL ajuda no abatimento anual de IR, mas tributa no final sobre o valor total acumulado de dinheiro.

VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre
Diferenças: não pode ser abatido no IR. Mas quando o dinheiro é sacado, lá no futuro, o imposto cobrado é sobre o que o dinheiro investido rendeu. Melhor opção para quem faz declaração de IR simplificada, ou nem faz.

4. Escolha um modelo de investimento financeiro

Existem muitas opções além da caderneta de poupança, muito mais rentáveis. A mais indicada delas – neste momento da economia e considerando o perfil conservador dos produtores rurais, é a renda fixa, em que é possível ter certeza do retorno do capital investido, assim como o prazo necessário para receber o dinheirinho.

Existem dois modelos de Renda Fixa: o pré-fixado e o pós-fixado. A diferença entre eles é que em um o percentual do rendimento é acordado na contratação e não sofre alterações posteriores; no outro, o rendimento é calculado de acordo com os índices bancários e acrescido de juros, que são determinados no momento do fechamento do contrato. O valor total do rendimento é conhecido apenas no final da aplicação.

Investir em Renda Fixa é comprar um título, fazendo um empréstimo ao banco, instituição financeira, governo ou alguma empresa privada de grande porte. Estes títulos servem para subsidiar as atividades de concessão de crédito para outras pessoas por intermédio dos bancos e instituições financeiras. As opções mais comuns de títulos são: 

LCI – Letra de Crédito Imobiliário
O financiamento imobiliário é um produto bancário oferecido para pessoas físicas e empresas interessadas em adquirir imóveis para uso próprio ou investimento. Este tipo de empréstimo tem uma taxa de juros inferior quando comparado com outras formas de empréstimo, isso porque existem programas do governo para subsidiar parte do financiamento e também porque o imóvel fica alienado para o banco até que ocorra a quitação total do bem. Depois de estruturada toda a operação do financiamento e a formalização do empréstimo imobiliário, o banco cria um título chamado de LCI e oferece para outros investidores. Os ricos são baixos neste tipo de investimento porque o imóvel é a garantia, além disso, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) garante valores de até R$ 250.000 em aplicações. Outra grande vantagem é que este tipo de investimento é isento de Imposto de Renda (IR).

LCA – Letra de Crédito do Agronegócio
Os produtores agrícolas precisam de dinheiro para financiar as safras e dão como garantia a própria plantação. As vantagens da LCA são muito parecidas com a LCI: o FGC garante o mesmo valor das aplicações de LCI e também há isenção de IR para pessoa física. O valor de investimento mínimo estipulado é de R$ 100 mil, mas variar de banco para banco.

CDB – Certificado de Depósito Bancário
Não é preciso ser correntista para emprestar dinheiro ao banco, com isso é possível obter taxas maiores que o CDI, o Certificado de Depósito Interbancário, com bancos menores, que possuem mais dificuldade de conseguir dinheiro. Investir em bancos menores dá mais rentabilidade, o que sempre significa mais riscos.
 
Debêntures
As empresas e o governo podem emitir títulos de dívidas para financiar investimentos que poderão trazer mais dinheiro a médio e longo prazos, como no caso da expansão da produção de uma indústria, por exemplo. Comprar uma debênture é se tornar credor do emissor do título, recebendo juros pelo valor emprestado.

Fundos em DI
Uma boa alternativa à Poupança e aos CDBs. Os Fundos em DI têm um investimento mínimo em 95% do patrimônio em Títulos Públicos vinculados ao CDI e à taxa Selic. O desempenho desta aplicação é muito alto e varia entre 95% a 100% do CDI.  Normalmente os Fundos em DI tem rentabilidade maior ou igual ao CDB, mas a liquidez diária garante que o dinheiro possa ser sacado a qualquer momento sem desvantagens de rentabilidade.