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'Setor produtivo deve se proteger contra paralisação dos portos na China utilizando seguro'

Para o professor de economia da USP, Celso Grisi, a paralização prejudica a comercialização de produtos varejistas

Um importante terminal de contêineres em um porto na China permaneceu fechado, uma semana após a suspensão das operações devido a um caso de Covid-19, o que gerou uma fila de cerca de 350 navios com carregamentos para mercados ocidentais. O congestionamento no terminal de Meishan, que não deve retomar totalmente suas operações antes do final do mês, está se espalhando para outros portos como os de Xangai e Hong Kong à medida que grandes operadores desviam os navios no terminal. O efeito em cascata deve impactar o congestionamento dos portos ao longo das rotas da Ásia para a Europa e transpacífico, o que pode desacelerar ainda mais o fluxo de mercadorias.

Para o professor de economia da Universidade Federal de São Paulo (USP), Celso Grisi, esse atraso acarreta em uma multa chamada de demurrage, onde o dono do navio paga pelo atraso. “A empresa dona, ela contratou o seu frete e quer receber por aquele prazo e preço contratado. Se você começa a demorar, vem uma multa de U$ 25 mil por dia ou mais.” afirma. 

O navio tem um custo fixo, sendo a única variável o combustível. O comentarista cita que se parar um navio por muito tempo, despesas serão pagas de uma vez, sendo assim, o dono precisa ser ressarcido. 

Grisi conta dois conselhos. O primeiro é para os exportadores contratarem seguros e colocarem uma cláusula pelo atraso. Já o segundo, é ter atenção ao atraso para na chegada perceber se os produtores foram prejudicados, dando como exemplo os perecíveis que tem um prazo de validade nas gôndolas.