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Com 32 mil afetados por chuvas, Acre entra em situação de emergência

Em pouco mais de 13 horas, choveu mais da metade da média esperada para todo o mês de março

O governo do Acre a a prefeitura de Rio Branco decretaram situação de emergência em decorrência das chuvas que atingiram a região. Só na capital acriana, 32 mil pessoas foram afetadas, segundo dados da prefeitura. Pelo menos duas mil estão desalojadas e 500 em abrigos municipais.

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Em pouco mais de 13 horas, choveu mais da metade da média esperada para o mês de março inteiro. A tempestade começou na última quinta-feira (23). A força das águas foi tanta que abriu uma cratera na BR-364, interrompendo o tráfego.

De acordo com o boletim da Defesa Civil do Estado, o Rio Acre chegou, no sábado (25), a 16,23 metros, ultrapassando a cota de alerta, de 14 metros. Um plano de contingência foi montado e a cidade começou a receber as primeiras doações para ajudar os atingidos neste fim de semana. São cestas básicas, roupas, colchões e outros insumos.

As aulas na rede estadual foram suspensas e as escolas estão sendo usadas como abrigo para os atingidos. Ao todo, 24 abrigos foram disponibilizados.

A previsão é que chova pelo menos mais 100 milímetros até o fim deste domingo (26), com alta possibilidade de inundações principalmente na capital Rio Branco. A região está em alerta laranja. De acordo com o coordenador da Defesa Civil Estadual, Carlos Batista, também há preocupação com os municípios de Brasileia, Assis Brasil, Xapuri e Epitaciolândia.

Ministros acompanham situação do Acre

Neste domingo, os ministros Marina Silva (Meio e Ambiente) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) viajaram para Rio Branco para visitar as áreas atingidas.

Na capital acriana, Góes garantiu recursos federais, embora sem especificar valores. Ele disse que mais ações se tornaram possíveis desde que o governo federal homologou o estado de emergência em Rio Branco, em decreto assinado na noite de sábado.

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PP), agradeceu a visita da comitiva federal e se disse tranquilizado pela rapidez da ajuda vinda de Brasília. “Essa agilidade nos deixa muito tranquilo de que vamos ter o suporte necessário financeiro”, afirmou.

O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), ressaltou a importância de união em um momento de emergência, apesar de diferenças políticas. “Temos só um único propósito, que é tentar chegar com a mão do estado até as famílias que estão mais necessitadas”, disse o mandatário estadual.

Situação de emergência, mas sem sem mortes

Até o momento, não foram registradas mortes em decorrência das enchentes em Rio Branco. A capital do Acre está acostumada a conviver com o monitoramento do nível do rio e seus igarapés que cortam a cidade. Nos últimos dias, o nível das águas subiu com velocidade, mais de sete metros, devido às fortes chuvas que atingem as regiões Norte e Nordeste.

Somente em Rio Branco, foram registrados 203 milímetros de chuva na noite de sexta-feira (24), volume próximo ao esperado para todo o mês de março. Ao todo, os alagamentos atingiram 30 bairros. Segundo a Defesa Civil, 24 abrigos foram mobilizados para receber desabrigados (pessoas obrigadas a sair de casa e que não têm para onde ir).

Problemas das chuvas em outros estados

chuvas no maranhão
Fotos: Corpo de Bombeiros do Maranhão/Instagram/reprodução

Além do Acre, ao menos outros cinco estados registram atingidos e desabrigados pelas chuvas e enchentes. Em Manaus (AM), vídeos publicados em redes sociais mostram casa sendo arrastadas pelas águas, por exemplo. Outros estados atingidos foram Pará, Rondônia, Tocantins e Maranhão.

Até a noite de sábado, no Maranhão, por exemplo, o governo estadual já havia reconhecido situação de emergência em 49 cidades atingidas pelas chuvas e cheias. Ainda neste domingo, a comitiva do governo federal segue para Manaus, onde deve haver reuniões com autoridades locais e visitas a áreas atingidas.

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Editado por: Anderson Scardoelli.

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