Tempo

Previsão do tempo alerta para outono mais úmido e primavera mais seca

Relatório divulgado por instituto americano indica continuidade do La Niña nos próximos meses, o que pode comprometer até a safra 2021/22

O Brasil terá um outono mais úmido e uma primavera mais seca do que o normal em 2021. Essa é a indicação do último relatório do Instituto de Pesquisas Internacionais para o Clima e Sociedade (IRI), ligado à Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, que aponta para a continuidade do La Niña nos próximos meses.

Com isso, pode existir uma dificuldade na colheita do café, laranja e cana-de-açúcar por conta do excesso de chuva. E na primavera podemos ter novamente atraso da chuva com impactos para o plantio da safra 2021/22. A previsão do tempo trimestral mostra chuva acima da média em boa parte da região Norte e em algumas áreas do Sudeste e Centro-Oeste.

“É a cara do La Niña fazendo com que a primavera seja mais seca, a exemplo do ano passado quando já estávamos sob a influência do fenômeno e o outono mais úmido diferente de 2020, quando ainda estávamos sob neutralidade climática”, diz Celso Oliveira, meteorologista da Somar. O período seco este ano será mais úmido do que no ano passado.

Outro destaque está relacionado ao dipolo do Atlântico que traz outras consequências para o clima, diferentes do que é registrado em anos de resfriamento do pacífico. “Embora a Zona de Convergência Intertropical esteja intensa agora e levando chuva forte para o Nordeste, nas últimas 24 horas parte do sertão nordestino recebeu mais chuva do que o esperado para o mês inteiro, em julho, as Ondas de leste podem não ser tão eficazes”, explica ele.

Desta forma, o Nordeste não vai ter tanta chuva na faixa leste como de costume nos meses do inverno, embora seja La Niña e os volumes podem ficar abaixo do esperado no meio do ano, segundo a previsão do tempo.

Teremos também chuva abaixo da média em parte do Sudeste, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, fato associado a esta projeção de continuidade do La Niña. “Lembrando que no último relatório da Agência de Meteorologia dos Estados Unidos (Noaa), a projeção também indicava uma continuidade das águas mais frias do oceano Pacífico Equatorial até meados da primavera”, finaliza Oliveira.