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Tempo: veja o que a meteorologia prevê para o mês de julho

Embora o mês tenha início com onda de frio e geadas, na média as temperaturas devem ficar mais elevadas do que o esperado para o período

Julho começa com a entrada de uma massa de ar de origem polar que vai levar geadas à região Sul. Mas isso não significa que o mês terá frio rigoroso. Pelo contrário: na média, as temperaturas devem ficar acima do normal em grande parte do Brasil, já que não haverá frio extremo e duradouro. As chuvas também devem ficar ligeiramente abaixo da média no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Julho e agosto, e por vezes até mesmo junho, compõem um período seco no Brasil Central. Nesses meses, as chuvas ficam restritas aos estados do Sul, ao extremo norte e à faixa leste do Nordeste. Mesmo sem ainda haver La Niña, já são observados alguns efeitos do fenômeno nesse trimestre. O início da fase fria das águas superficiais do Pacífico equatorial, especialmente a parte leste, mesmo ainda sem intensidade e duração para caracterizar o fenômeno La Niña, exerce influências no comportamento do clima.

“Em períodos da fase fria, a corrente de jato, que são ventos fortes que ajudam a posicionar as frentes frias, fica mais posicionada no extremo sul. Por isso o extremo sul do Rio Grande do Sul é um dos únicos locais que podem ter chuva acima da média”, afirma o meteorologista Paulo Etchichury, da Somar. Segundo ele, é a corrente de jato que define a região de atuação e intensidade das frentes frias.

Com as frentes frias atuando mais sobre o Rio Grande do Sul e se desviando para o Oceano Atlântico, não vai haver muita chuva se propagando pelo Sudeste, como acontece em padrões normais. Em parte, isso explica a tendência de período ainda mais seco no Sudeste e no Centro-Oeste. Mesmo no Sul, as frentes frias durante a fase fria do Pacífico perdem potencialidade, o que reduz o risco de períodos de chuvas extremas e duradouras.

“Essa mesma lógica se aplica ao comportamento da temperatura. Assim como as frentes frias em geral se deslocam para o Oceano Atlântico, a massa de frio de origem polar associada a ela, também é desviado para leste, perdendo rapidamente suas características e intensidade”, afirma Etchichury.

Como é típico do inverno, serão observadas ondas de frio no mês, porém diminui o risco de frio extremo (geadas) e duradouro, mais restrito ao Sul, em especial o Rio Grande do Sul. A previsão indica temperaturas ligeiramente acima da média no Sudeste e no Centro-Oeste.

Entre esta quarta, 1º, e sexta-feira, 3, há riscos de geadas principalmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e oeste do Paraná. O trigo não será comprometido, porque está em fase de desenvolvimento vegetativo, mas as pastagens podem ser afetadas. Em relação ao milho segunda safra do Paraná, o risco para geadas amplas é menor e o frio só deve prejudicar as lavouras que foram plantadas mais tardiamente, tanto nesse estado quanto em Mato Grosso do Sul.