FAZENDA EXEMPLAR

Agro Penido transforma pecuária em exemplo de carne premium com carbono positivo

Liderada por Caio Penido, empresa alia inovação, sustentabilidade e rastreabilidade para produzir carne gourmet no Vale do Araguaia. Assista ao vídeo

Agro Penido transforma pecuária em exemplo de carne premium com carbono positivo
Agro Penido transforma pecuária em exemplo de carne premium com carbono positivo

A Agro Penido, comandada por Caio Penido, atual presidente do IMAC, é um exemplo de como a pecuária brasileira pode unir tradição, tecnologia e responsabilidade ambiental. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes dessa história.

Localizada em Cocalinho (MT), na região do Vale do Araguaia, a fazenda transformou-se em referência na produção de carne premium com carbono positivo, mostrando que é possível produzir proteína animal de alto padrão com sustentabilidade e rentabilidade.

A propriedade surgiu da divisão da antiga Fazenda Roncador, que já foi a maior do Brasil. Hoje, com 15 mil hectares, Caio Penido comanda um sistema moderno de cruzamento industrial, intensificação a pasto e rastreabilidade.

Carne premium com certificações e sabor único

Detalhe da produção de gado na fazenda Água Viva. Foto: Reprodução/Planeta Campo
Detalhe da produção de gado na fazenda Água Viva. Foto: Reprodução/Planeta Campo

Penido trabalha com cruzamentos entre Nelore e Angus, em sistema de terminação intensiva a pasto com suplementação nutricional.

Em lotes especiais, são utilizados animais tricross (Wagyu, Angus e Nelore) para alcançar alto marmoreio, maciez e sabor diferenciado.

A produção segue boas práticas agropecuárias e busca certificações como Onça Pintada, bem-estar animal e baixo carbono, com validação por certificadoras como IBD/Quima.

“Queremos criar uma carne acima de qualquer questionamento”, afirma Caio. “É o tipo de carne que o Mark Zuckerberg quer fazer no Havaí, mas que a gente já faz aqui no Brasil”, brinca.

Carbono Penido: nova frente de negócios ambientais

Imagem aérea da nascente com fervedouro na fazenda Água Viva, da Agro Penido. Foto: Reprodução/Planeta Campo
Imagem aérea da nascente com fervedouro na fazenda Água Viva, da Agro Penido. Foto: Reprodução/Planeta Campo

Pensando no futuro, Caio criou a Carbono Penido, empresa dedicada aos projetos de carbono da Agro Penido. A iniciativa atua em três frentes principais:

  • Carbono florestal, com reflorestamento de nativas em áreas marginais;
  • Carbono no solo, com medição via sensores da AgroRobótica — tecnologia com origem na NASA;
  • Carbono de reserva legal, com apoio da Liga do Araguaia e empresas como Ambipar.

“Estamos restaurando áreas com espécies nativas madeireiras e medindo o carbono fixado no solo”, explica Caio.

A ideia é monetizar o valor ambiental da fazenda, gerando renda e ajudando a preservar a biodiversidade local.

Legado familiar e inovação coletiva no Araguaia

Lavoura de soja em áreas de cultivo na Agro Penido. Foto: Divulgação/Agro Penido
Lavoura de soja em áreas de cultivo na Agro Penido. Foto: Divulgação/Agro Penido

A Agro Penido carrega o legado do avô de Caio, Pelerson Penido, que apostou no desenvolvimento do Araguaia nos anos 1980, com apoio da SUDAM.

Com o tempo, a propriedade evoluiu, passou a adotar práticas sustentáveis, e se integrou a projetos coletivos como a Liga do Araguaia, criada pelo próprio Caio.

Hoje, a fazenda desenvolve ações de regularização ambiental, intensificação sustentável e pagamento por serviços ambientais, com apoio de instituições como Embrapa, TNC, JBS e outras.

Brasil pronto para mostrar a força da sua carne ao mundo

Vista aérea do Rio Araguaia. Foto: Reprodução/Planeta Campo
Vista aérea do Rio Araguaia. Foto: Reprodução/Planeta Campo

Com a COP 30 no Pará e o Congresso Mundial da Carne em Cuiabá, ambos previstos para 2025, Caio acredita que é hora de o Brasil mostrar ao mundo a qualidade da carne nacional: criada a pasto, saborosa, rastreável e com baixa pegada ambiental.

“Sustentabilidade não é custo, é oportunidade. Melhorar o bem-estar animal, restaurar áreas, usar tecnologia… tudo isso melhora a margem da fazenda. É uma agenda ganha-ganha”, reforça Caio.

Ele defende ainda a popularização do mercado de carbono para pequenos produtores, com governança simples e acesso técnico facilitado.