Alta no preço da soja anula queda nas cotações do milho em ração

Produtores de aves e suínos do Sul do país têm dificuldade de receber valor que pague custoA queda de 22% do preço do milho no mercado internacional, que poderia representar um alívio a suinocultores e avicultores, não chegou a entusiasmar.

Isso porque o farelo de soja, outro componente da ração, está 70% mais caro que no mesmo período do ano passado – em razão da valorização na Bolsa de Chicago, nos EUA.

O quadro preocupa criadores de aves e suínos, pressionados pelo alto custo de produção. Sem mudanças, o consumidor poderá ver subir o preço de frango, ovos e óleo de soja.

Para o produtor, o quilo do frango vivo é vendido por um valor menor do que no mesmo período de 2011 – menos de R$ 2. O diretor executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo Santos, afirma que é preciso desonerar a importação de soja e reduzir os impostos para a compra do produto de outros Estados.

– A ração está entre 30% e 40% mais cara para o produtor. Não são só os setores de automóveis e eletrodomésticos que precisam de incentivos. Os produtores de alimentos também – ressalta Santos.

Na suinocultura, a situação é mais grave. Em Rodeio Bonito, no norte do Estado, o produtor Rafael Acadrolli está com 4 mil animais represados na granja. Com custo de produção de R$ 2,60 pelo quilo vivo, os produtores estão recebendo cerca de R$ 1,70 – quando conseguem vender.

– A produção está acima da demanda. A queda do consumo e os embargos russo e argentino agravaram a situação – diz o presidente da Associação de Criadores de Suínos no Estado (Acsurs), Valdecir Folador.

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