ANÁLISE

Boi em julho: queda na demanda pressiona preços da arroba

O principal fator responsável pela queda nos preços foi a situação da carne no atacado, com os frigoríficos reportando estoques elevados

O mercado físico de boi gordo enfrentou um cenário extremamente desafiador no final de julho.

De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, o principal fator responsável pela queda nos preços foi a situação da carne bovina no atacado, com os frigoríficos reportando estoques elevados.

O lento escoamento da carne provocou uma forte queda nos preços, o que levou os frigoríficos a pressionarem ainda mais os valores do boi gordo.

Segundo Iglesias, a maior competitividade da carne de frango teve um papel crucial nesse cenário.

Além disso, a redução dos preços da carne bovina no mercado internacional impactou as receitas de exportação, influenciando as decisões da indústria nacional.

  • Em São Paulo, a referência para a arroba do boi a prazo foi de R$ 230, representando uma queda de 8% em relação aos R$ 250 registrados no final de junho.
  • Em Dourados (MS), a arroba recuou 4,08%, passando de R$ 245 para R$ 235 na modalidade a prazo.
  • Em Cuiabá (MT), houve um aumento de 0,92%, com a arroba subindo de R$ 218 para R$ 220.
  • Já em Uberaba (MG), o preço a prazo foi cotado a R$ 230 por arroba, uma baixa de 4,17% em relação aos R$ 240 da última semana.
  • Em Goiânia (GO), a indicação foi de R$ 220, o que representa uma queda de 2,20% frente aos R$ 225 do mês passado.

Desabastecimento no mercado atacadista durante julho

Iglesias ressalta que o mercado atacadista registrou preços em forte retração ao longo de julho.

O quarto do traseiro foi precificado a R$ 17,00 por quilo, uma queda de 6,34% em relação aos R$ 18,15 do final de junho.

Já o quarto do dianteiro foi precificado a R$ 12,65 por quilo, uma baixa de 9,64% frente aos R$ 14,00 registrados no final do mês passado.

Exportações de carne

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil alcançaram o valor de US$ 559,187 milhões em julho (considerando 15 dias úteis), com uma média diária de US$ 37,279 milhões.

A quantidade total exportada pelo país atingiu 117,589 mil toneladas, com uma média diária de 7,839 mil toneladas.

O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.755,40.

Comparado a julho de 2022, houve uma redução de 28,5% no valor médio diário das exportações, uma perda de 1,5% na quantidade média diária exportada e uma desvalorização de 27,4% no preço médio.