Mato Grosso

Preocupação com rentabilidade da pecuária e baixo consumo de carne marcam cerimônia de posse da Acrimat

Para superar os desafios no setor, a entidade pretende fortalecer a gestão dentro das fazendas apoiando a busca por novos destinos para o produto

Fortalecer a gestão dentro das propriedades para que o pecuarista consiga enfrentar o momento de crise enfrentado pelo setor. Essa é uma das metas da nova diretoria eleita da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), para o triênio 2023/2025, que tomou posse no último final de semana em Cuiabá (MT). 

De acordo com o setor, as contas não fecham e a atividade está praticamente no vermelho. O diretor da Acrimat, Amarildo Merotti, explicou que alguns pecuaristas estão abatendo animais com mais de R$ 1 mil de prejuízo. “Perdemos muito valor de mercado, nossa mercadoria está difícil de colocar em um preço que pague a conta, principalmente o criador que hoje está fechando com um amargo vermelho”, explica. 

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Melhoria dentro das propriedades

Para o pecuarista Agenor Vieira de Andrade Neto, o produtor é obrigado a ter uma gestão mais eficiente dentro das propriedades com a intenção de reduzir o custo operacional para que exista uma viabilidade capaz de superar esse mercado até que a economia do país melhore, aumentando o consumo de carne bovina. “A virada de ciclo da pecuária coincide com o momento da redução significativa do consumo interno”, diz. 

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Nesse momento, uma das alternativas para melhorar o setor é  a busca por novos mercados compradores. 

O presidente reeleito, Oswaldo Pereira Júnior, explicou que hoje os preços da arroba estão muito baixos e que há alguns meses estão sofrendo com a alta nos custos. “O lucro ficou muito achatado, estamos trabalhando e orientando principalmente o pequeno produtor, aquele que não tem uma orientação econômica financeira muito grande a fazer suas contas, refazer os cálculos e a repensar seus investimentos. Não pode é fazer loucuras em um momento desses”.

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Durante a cerimônia de posse, a nova diretoria da entidade também deu destaque para a pecuária rentável e a produção sustentável. “”A gente trabalha muita informação e vamos continuar trabalhando nisso, orientando o produtor. Temos trabalho de pesquisa com as Emprabas sobre fixação de carbono, para confirmar cada vez mais que o nosso boi é verde mesmo e que a gente produz com sustentabilidade. E vamos continuar nesse caminho”, explica o presidente. 

Acrimat: novo governo

Além de destacar a relevância dos trabalhos feitos e a necessidade de fortalecer o setor, o receio com o novo Governo e de possíveis rupturas de políticas públicas para o agronegócio também chama atenção da direção. Para o diretor Merotti, brigar por condições para que o produtor não desanime é fundamental com a troca de líderes políticos. 

“A nossa pecuária é uma pecuária de ponta, a maior pecuária do Brasil. Competente, responsável e precisa do apoio de gente como nós que está aqui assumindo, hoje, esse trabalho. Temos um Ministro da Agricultura que é do nosso estado e nós vamos abraçar as causas que forem boas para o nosso negócio. E vamos discutir os assuntos que não forem bons para nós. Então, a gente conta com a força do nosso estado para que possamos conseguir um ponto de equilíbrio com a intenção de superar essa crise”.

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O diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Felipe Camargo, comentou que Mato Grosso está entrando para fazer política também na associação. “Isso é muito importante para a pecuária voltar a crescer em termos de desempenho, em termos de valor e nós temos muita coisa para fazer”.

 

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