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BRF entrega sêmen suíno a produtor integrado usando drones pela 1ª vez

O primeiro teste da tecnologia aconteceu no interior do Paraná, com aeronaves que podem voar até 50 km

A companhia de alimentos BRF realizou a primeira entrega de material genético a um produtor usando drone. Em tempos de pandemia e isolamento social, o uso dessas aeronaves surge como alternativa para transporte de produtos a médias distâncias, com menor contato humano.

Em setembro do ano passado, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) liberou o primeiro serviço de delivery aéreo do país, após solicitação do Ifood. Agora, no primeiro teste da BRF, o drone entregou doses de sêmen suíno para inseminação em uma granja integrada na zona rural de Toledo, no Paraná.

drone brf material genético
Foto: BRF/divulgação

De acordo com a companhia, foram avaliados tempo, praticidade e segurança do transporte. “Com rota predefinida, a aeronave decola de forma automatizada e usa softwares de navegação, câmeras e sensores para voar até o destino, onde a carga, refrigerada, é desacoplada e deixada na área de entrega. A seguir, retorna ao ponto de origem”, diz a empresa.

Movido por um conjunto de baterias carregáveis por energia elétrica, o drone contribui para a redução de emissão de carbono na atmosfera, facilita a chegada às granjas, muitas delas em localidades de geografia acidentada, diminui tempo e traz ganhos ambientais, justifica a BRF.

O projeto também tem como objetivos a segurança sanitária e a biosseguridade. “Testamos a movimentação de cargas para estudar a viabilidade desse modelo de transporte para a cadeia agropecuária, para que no futuro possam ser realizados voos mais longos, cobrindo áreas maiores, e para aterrissarmos tecnologias que sejam realmente funcionais no campo”, afirma o diretor de Agropecuária da BRF, Guilherme Brandt. Depois de avaliados os primeiros resultados, novos testes devem ser feitos.

De onde veio a ideia de usar drones?

Desenvolvido de forma conjunta pelas áreas de Agropecuária e Tecnologia da BRF, o projeto integra a plataforma Digital Agro 4.0, pela qual a BRF conecta o campo ao digital. “A tecnologia é um meio e não um fim para bons resultados. Com projetos como esse, avançamos na conexão do campo às novas tecnologias, facilitando a vida dos nossos integrados e cumprindo o propósito inovador da companhia”, afirma Antonio Carlos Cesco, diretor global de Tecnologia da BRF.

Foram testados dois drones, com capacidade de transporte de 2kg a 5kg e autonomia de 2,5 km a 50 km. “Foi como ver o futuro chegando”, conta o produtor Ademir Geremias, integrado da BRF há 33 anos e proprietário da granja onde o teste foi feito.

Os drones são projetados para voar com segurança durante o dia, à noite e sob chuva leve. “A aeronave monitora automaticamente seus sistemas para garantir que é seguro voar e está programada para evitar a decolagem ou para tomar ações de contingência automaticamente se um problema for detectado”, diz Samuel Salomão, fundador e chefe de produto da Speedbird Aero, empresa parceira no projeto.