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Leite: governo estuda reduzir taxa de importação de equipamentos

Segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, uma possível alternativa para o setor seria trazer robôs para desenvolver a pecuária leiteira

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Foto: Gimenez/ divulgação

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta terça-feira, dia 19, que uma possível alternativa para os problemas de competitividade do setor leiteiro seria a redução de taxas de importação de máquinas e equipamentos, como robôs, que segundo ela são importantes para o desenvolvimento da pecuária leiteira moderna.

Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, a ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) disse que o governo estuda três ou quatro outras maneiras de proteger a pecuária leiteira no curto prazo. Apesar dessa ajuda, a ministra ressalta que as medidas não podem ser para sempre. “Nós temos que dar recursos para que a cadeia consiga ficar em pé”, ponderou.

Segundo ela, enquanto estratégias estão sendo traçadas, o ministério da Economia segue acompanhando diariamente o volume de leite em pó importado pelo Brasil.

“Tem como, todo dia, ver se licenças de importação estão sendo pedidas para entrar leite no Brasil, para não deixar o leite em pó inundar o nosso país.”

Salvaguarda cruzada

Tereza também comentou sobre a medida de salvaguarda cruzada, usada para compensar o fim da taxa de importação de leite em pó vindo da União Europeia e Nova Zelândia. Isso porque nesta segunda-feira, dia 18, os ministérios da Agricultura, da Economia e das Relações Exteriores enviaram um pedido de compensações à União Europeia pelas taxações de importações do aço brasileiro impostas pelo bloco econômico.

“Nós ficamos com a política de antidumping desde 2003. A cada cinco anos, fazíamos uma pesquisa e voltava com a medida. No governo passado, venceria os cinco anos e foi feita a pesquisa novamente. Então se comprovou que não havia dumping porque as importações de leite (da União Europeia) eram pífias”, explicou.

Ela ressaltou que a cadeia leiteira está preservada por um tempo, mas que o setor precisa fazer a lição de casa. “O nosso maior gargalo é a logística, e também a energia elétrica. Várias coisas que precisamos resolver internamente”.

O próximo passo, segundo Cristina, seria uma força-tarefa para o Brasil se tornar um grande exportador do produto, podendo competir com UE, Nova Zelândia. “Quiçá se juntar com Argentina e Uruguai, fazer um bloco, com um volume de leite grande para que a gente possa incomodar lá fora”, comentou.

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