Setembro teve escalas de abate grandes e excesso de ofertas de boi

Avanço das escalas é tão significativo que diversas unidades se ausentaram das comprasEm setembro, os frigoríficos, de uma maneira geral, lotaram as suas escalas de abate. No decorrer da última semana do mês, a tendência é por maior lentidão das negociações, por conta da falta de interesse dos frigoríficos nas compras. Conforme o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a expectativa é que os estoques de carne sofram redução para apresentar alta durante o período de virada de mês.

O avanço das escalas é tão significativo, que diversas unidades se ausentaram das compras no início da semana iniciada no dia 26. Outras unidades que não adotaram esse expediente reduziram os preços de compra abaixo dos padrões de mercado, no intuito de diminuir o fluxo de compras.

O resultado mais claro dessas estratégias está na queda dos volumes negociados ao início da semana, o que não deve se alterar até o período de virada de mês. A oferta de confinados ainda está em ascensão em vários Estados do país. Alguns frigoríficos, sobretudo os de maior porte, ainda dispõem de confinamentos próprios, que abastecem várias unidades de abate, a atuação dessas unidades na compra de gado mostra-se ainda mais discreta.

Enquanto isso, os frigoríficos de menor porte oferecem preços mais acentuados no mercado e, na maioria das negociações, fazem o acerto à vista.

Conforme o boletim semanal divulgado pelo Sindicato dos Frigoríficos (Sindifrio), o mês acaba registrando estabilidade nos preços em São Paulo, embora a escala apresente discreto encurtamento. Os pecuaristas manifestam insatisfação em decorrência da pressão baixista ainda exercida pelas indústrias.

O abastecimento das indústrias com bois provenientes de confinamento apresenta recuo não significante na oferta, podendo ocorrer restrição de oferta para este tipo de animal com discreta e pontual elevação no preço da arroba, situação que, neste momento, não permite concluir que haverá recuperação de preços.

O volume de oferta de carne bovina com osso no mercado atacadista está restrito, os preços estão estáveis, mas há pressão de alta nos preços. O varejo continua lento em razão do enxugamento do mercado atacadista. Poderá ocorrer elevação do preço da carne bovina com osso no atacado mas, por enquanto, são somente expectativas, que poderá ou não concretizar-se, dependendo do aquecimento do consumo no varejo.

Em setembro, a média preliminar de preços em São Paulo foi de R$ 97,42 a arroba, livre, a prazo. Em Mato Grosso do Sul, preço a R$ 93,45 a arroba, livre, a prazo. Em Minas Gerais, a arroba foi cotada em R$ 91,26 a arroba, livre, a prazo. Em Goiás, a arroba foi cotada  em R$ 88,10, livre, a prazo. Em Mato Grosso, preço a R$ 86,65, livre, a prazo.

No atacado, a média preliminar mensal de preço foi de R$ 4,60 para o dianteiro contra R$ 7,68 para o traseiro.