REPERCUSSÃO

Bancada do agro critica homenagem aos 40 anos do MST na Câmara

De acordo com Alceu Moreira (MDB), ex-presidente da FPA, o "MST defende o uso de família como massa de manobra política"

MST, Câmara dos Deputados
Foto: Agência Câmara

Maior bancada do Congresso, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) repudiou a sessão solene em homenagem aos 40 anos do MST na Câmara dos Deputados.

O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), autorizou a sessão, realizada nesta quarta-feira (28).

“Ano passado, bastaram 4 meses de Lula para que as invasões do MST superassem as invasões de 4 anos de Bolsonaro. Com a escalada dos relatos a respeito de terras que eram produtivas, mas foram reduzidas a pó pelas invasões, a CPI do MST foi uma reação dos brasileiros”, afirmou o deputado Tenente-Coronel Zucco (PL-RS), presidente da Frente Invasão Zero e que comandou a CPI do MST.

Relator da CPI, deputado Ricardo Salles (PL-SP), disse que “achados” da CPI do MST, “não trazem motivo para comemoração”. Na comissão, Salles propôs o indiciamento de líderes do movimento, mas não teve seu relatório votado.

De acordo com Alceu Moreira (MDB), deputado federal e ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o MST não defende a reforma agrária, defende o uso de família como massa de manobra política e isso jamais pode ser objeto de defesa ou homenagem.

“Todos sabem que aqui nesta casa tem um conjunto de parlamentares que desejam que o país tenha paz e que todos que precisam da terra para trabalhar tenham esse recurso. Então eu digo ao MST: “se quiserem reforma agrária, nós somos favoráveis. e isso eu nunca vou apoiar, homenagear ou ajudar”, afirmou.

Segundo o deputado Evair de Melo (PP-ES), a bancada vai seguir com o enfrentamento às invasões de terras e aos movimentos que promovem a destruição do país, tanto nas áreas rurais quanto nas grandes cidades. “Não vamos admitir o desrespeito ao direito de propriedade. Vamos honras homens e mulheres que levantaram cedo e construíram seus patrimônios. É um movimento terrorista brasileiro e não vamos fugir desse debate”, disse.

Ministros participam de homenagem ao MST

Os deputados Luiza Erundina (Psol-SP), Valmir Assunção (PT-BA), Marcon (PT-RS) e João Daniel (PT-SE) solicitaram a sessão.

O MST foi fundado em janeiro de 1984, em Cascavel, Paraná.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou que o presidente Lula vai continuar com a reforma agrária.

“O Brasil tem terra suficiente para acolher todos os agricultores que querem nela trabalhar”, disse.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, classificou o MST como “um movimento que desempenha um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e igualitária”.