Durante posse na Justiça, Bolsonaro garante Ramagem na Polícia Federal

Política

Durante posse na Justiça, Bolsonaro garante Ramagem na Polícia Federal

Presidente afirmou respeitar decisão do Poder Judiciário sobre suspensão do decreto que nomeou Alexandre Ramagem como diretor-geral da PF, mas disse que 'em breve' o delegado ocupará o comando da corporação

Durante cerimônia de posse de André Luiz Mendonça como novo ministro da Justiça e Segurança Pública, realizada na tarde desta quarta-feira, 29, no Palácio do Planalto, o presidente da República Jair Bolsonaro disse que ‘em breve’ Alexandre Ramagem será nomeado diretor-geral da Polícia Federal (PF). “Eu gostaria de honrá-lo hoje como diretor-geral da PF. Não foi possível, mas isso em breve se concretizará para nosso bem e da nossa Polícia Federal”, antecipou.

Nesta terça-feira, 28, a nomeação de Ramagem ao mais alto posto da PF foi oficializado por meio de decreto publicado no Diário Oficial da União. No mesmo dia, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) ingressou com um mandado de segurança contra o decreto no Supremo Tribunal Federal (STF). Por Ramagem ser amigo da família Bolsonaro e os filhos do presidente estarem sob investigação comandada pelo órgão, o partido alegou que a nomeação configura abuso de poder e desvio de finalidade. Na manhã desta quarta-feira, 29, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, deferiu liminar suspendendo o decreto que oficializou Ramagem no cargo. O delegado tomaria posse na mesma cerimônia de André Mendonça na tarde desta quarta.

O presidente não deu detalhes de como a nomeação acontecerá. Antes de garantir Ramagem na PF, Bolsonaro, em discurso, afirmou que respeita as decisões do Poder Judiciário. Porém, lembrou a independência entre os Poderes, garantida pelo artigo segundo da Constituição Federal. “Artigo segundo: são, os poderes da União – Executivo, Legislativo e Judiciário – independentes e harmônicos entre si. Assim me comporto e dirijo essa nação. Não posso admitir que ninguém ouse desrespeitar ou tentar desbordar a nossa Constituição. Esse é o papel dos Poderes e dos cidadãos”.

Novo ministro

O novo ministro da Justiça, André Luiz Mendonça, se comprometeu a realizar mais operações com a Polícia Federal, a atuar com estados e municípios de forma integrada, a valorizar as forças de segurança pública e a garantir uma ‘justiça que dê segurança à população’. Mendonça é funcionário de carreira da União. Advogado-geral da União desde 2019, ele integrava o órgão desde 2000. Na cerimônia, Bolsonaro disse que o novo ministro está somente ‘atrás’ da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, como auxiliar ‘terrivelmente evangélico’.

Mendonça ainda expôs aos outros ministros, presentes no evento, que precisará do apoio deles para atuar. O mesmo pedido foi feito ao parlamento e, em especial, ao ministro da Defesa, Fernando Azevedo.

O sucessor de Mendonça na Advocacia Geral da União também foi nomeado no mesmo evento. José Levi atuava como procurador-geral da Fazenda Nacional desde 2019. Bolsonaro disse não conhecer Levi a fundo, mas revelou ter ficado impressionado com a quantidade de recomendações feitas sobre o ex-procurador geral ao posto de advogado-geral da União.

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