COMISSÃO

Projeto que reforça financiamento do agronegócio é aprovado

Segundo o relator, deputado Gabriel Mota (Republicanos-RR), a mudança tem potencial de arrecadar cerca de R$ 60 bilhões para o agronegócio

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Foto: Divulgação/Agência Câmara

A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que busca elevar a oferta de crédito para o agronegócio.

O texto aprovado permite que os bancos emitam Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) lastreadas nos recursos de crédito rural repassados para outros bancos emprestarem (os chamados repasses interfinanceiros).

Segundo o relator da proposta, deputado Gabriel Mota (Republicanos-RR), a mudança aprovada tem potencial de arrecadar cerca de R$ 60 bilhões para o agro.

Com a medida, a carteira de repasses interfinanceiros de um banco poderá ser convertida em títulos (as LCAs) negociáveis no mercado.

Os valores captados junto aos investidores serão transformados em novos empréstimos e financiamentos para o setor do agronegócio.

Gabriel Mota recomendou a aprovação de um texto que reuniu o Projeto de Lei 3992/23, do deputado Sidney Leite (PSD-AM), e seu apensado, PL 4253/23, do deputado Tião Medeiros (PP-PR).

O substitutivo inclui a nova regra na Lei 11.076, de 2004, que criou as LCAs.

O projeto ainda será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

Limitação

Mota explica que, hoje, somente bancos cooperativos e cooperativas de crédito podem emitir LCA com base em repasses interfinanceiros feitos a cooperativas singulares de crédito.

A proposta beneficia os bancos públicos, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que costumam repassar recursos para outros bancos emprestarem (os agentes financeiros).

“Para exemplificar, várias operações de crédito rural, contratadas com recursos repassados pelo BNDES a seus agentes financeiros, estão impedidas de respaldar emissões de LCAs, seja pelo próprio BNDES ou pelas entidades que recebem esses recursos”, disse Mota. “Essa limitação não está alinhada com os objetivos de fortalecer o agronegócio”, completou.