Mercado e Cia

Com crescimento de rebanho de suínos, China investe na compra de soja e milho

Carlos Cogo explica que, a médio prazo, a importação de carne por parte dos chineses deve cair e a de grãos aumentar

A China, maior comprador mundial de soja e principal parceiro comercial do Brasil, comprou mais de 100 milhões de toneladas do grão no último ano, de acordo com dados da administração geral das alfândegas do país asiático. Na avaliação da Cogo, Inteligência em Agronegócio, essa ação tem o objetivo de recompor os estoques da China.

Segundo o analista de mercado Carlos Cogo, essa intenção dos chineses de recompor os estoques de grãos está ligada à recomposição do rebanho de suíno no país. “O que aconteceu com o rebanho de suínos nesses últimos cinco anos da China, com os grandes surtos de peste suína, foi uma perda de 265 milhões de cabeças de 2017 para 2019. É uma quantidade igual a todo o rebanho europeu e brasileiro. No entanto, a partir de 2019 começou a recuperação, passando de  440 milhões de cabeças para 550 milhões em 2021, isso exigiu um conteúdo muito grande de soja para fazer a recomposição do rebanho”, explicou.

Segundo ele, toda essa soja comprada fica no mercado interno chines. “Eles têm uma produção que não avança há muito anos, oscilando entre 15 e 20 milhões de toneladas. Estão construindo as maiores granjas do mundo para poder acelerar a recuperação do rebanho de suínos. Agora vai reduzir o ritmo de importação de carnes e aumentar o ritmo de importação de soja e milho”, concluiu.