O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Paulo Rabello de Castro, espera anunciar até o fim do ano a confirmação da realização, em 2017, do Censo Agropecuário. A pesquisa, feita pela última vez em 2006, deve sofrer mudanças. O objetivo é integrar dados agropecuários e ambientais de todo o país, formando assim um Censo Agroambiental, como Castro mesmo definiu, em entrevista ao programa Direto ao Ponto. Para tanto, serão 80 mil entrevistadores com aparelhos digitais capazes de captar e processar automaticamente e via internet todas as informações coletadas sobre a realidade do campo brasileiro.
Paulo Rabello de Castro criticou duramente a não realização dos Censos Agropecuários de 2011 e 2016. “Dilma pedalou em 2011, foi uma irresponsabilidade, e naquela época nem havia crise fiscal ainda”, opinou. Ainda sem a confirmação se terá ou não orçamento para realizar a pesquisa em 2017, ele está esperançoso. No Congresso Nacional, uma frente parlamentar foi criada para apoiar o IBGE e deputados e senadores ligados ao agronegócio alocaram emendas para garantir o pleito.
Economista renomado, Paulo Rabello afirma que não existe lugar mais adequado para estar do que a frente do IBGE. Ele quer, porém, implementar importantes mudanças dentro e fora do órgão. Uma delas é tornar os censos, por exemplo, contínuos e com divulgação mais breve. Isso depende de melhorias estruturais e processuais dos dados, com digitalização e agilidade nas informações.
A outra mudança, e talvez a principal delas, é fortalecer o instituto e torná-lo mais útil e necessário para o governo brasileiro. “Minha concentração inicial é a área política, trazer o IBGE para a cidade, o Congresso Nacional, para o país. Fazer o governo olhar, conversar e usar mais os dados do IBGE para o planejamento do país, de políticas públicas”.
Paulo Rabello de Castro também comentou a situação econômica e política do país e temas como a PEC do teto dos gastos públicos.