Mostrar a verdadeira realidade da produção agrícola brasileira, com foco na sustentabilidade e na preservação do meio ambiente. De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Antônio Galvan, essa teria sido sua missão em recente viagem à Europa. Ele afirma que, em contato com ONGs europeias, fez questão de destacar a área preservada pelos produtores rurais dentro das propriedades e desmentir dados que costumam ser divulgados no exterior sobre o agronegócio brasileiro. Ainda assim, diz ter ficado espantado com a imagem do Brasil lá fora. “Fazem extorsão, é terrorismo. Vendem imagem de terror do Brasil”, afirma Galvan.
Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, o presidente da Aprosoja-MT contou que algumas entidades e ONGs internacionais divulgam, na Europa, que o Brasil usa 40% de todo o território para a agricultura. Segundo dados da Nasa, a agência espacial americana, o índice corresponde a apenas 7,6%; a Embrapa estima em 7,8%. Galvan destacou que são usadas fotos antigas e documentos inverídicos para sujar a imagem do país.
“Deixamos claro que desmatamento zero às custas do produtor rural e custo zero para eles não dá. Eles fazem uma pressão para a gente mudar, mas falamos que não vai funcionar. Ninguém compra nada sem precisar, e eles precisam”, disse. Ele ainda criticou a influência de organização ambientais que fariam do ativismo um meio de vida que prejudica o trabalho e a atividade de milhões de agricultores.
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Tabelamento de frete e Funrural
Durante a entrevista, Antônio Galvan também comentou a polêmica sobre a cobrança do Funrural, que foi restabelecida em abril deste ano, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) mudou o próprio entendimento sobre a constitucionalidade do tributo e colocou, imediatamente, muitos produtores no endividamento. Segundo Galvan, a orientação da Aprosoja-MT é para que os agricultores tentem renegociar os débitos, já que essa é a determinação da justiça. O prazo para inscrição no Programa de Regularização Tributária Rural (PRR) vai até 31 de dezembro, mas a Receita Federal já afirmou que vai aceitar adesões até o dia 28.
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Sobre o tabelamento dos fretes, Galvan afirmou que “ainda não chegamos no ápice da crise”. Segundo ele, com a proximidade da colheita desta safra, os problemas devem piorar e quem vai sofrer mais é o caminhoneiro autônomo. A razão para isso seria o fato de que as grandes empresas agrícolas têm comprado caminhões e formado as próprias frotas. “Não está dando certo, sai da atividade. Vai ficar pior para o pequeno caminhoneiro”.
