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Soja: área plantada nos EUA deve crescer; isso vai derrubar os preços?

De acordo com analista de mercado, o crescimento previsto não deve ser suficiente para provocar grandes mudanças na Bolsa de Chicago

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deve divulgar nesta quinta-feira, 18, o relatório com projeção de área plantada na próxima safra norte-americana. Porém, de acordo com o analista-chefe da AgResource, Victor Martins, esse número não é tão importante para o mercado.

“São projeções triviais, é uma modelagem do economista-chefe do USDA. O importante não é este relatório do dia 18, mas o de março”, conta. Segundo ele, no mês que vem, o departamento deve divulgar uma projeção com base em pesquisas a campo.

O analista diz que a projeção de 89 milhões de acres, cerca de 36 milhões de hectares, não deve modificar tanto o cenário da soja na Bolsa de Chicago. Ele estima uma “queda marginal” nos preços, saindo de US$ 11,75 para US$ 11,50 por bushel no contrato novembro. “Ainda teremos um cenário de estoques de passagem muito baixos, não vai resolver a vida dos originadores”, pontua.

Mais área para a soja

Martins afirma que a liberação de áreas de conservação neste ano deve expandir a agricultura dos Estados Unidos, mas os cerca de dois milhões de hectares liberados serão divididos entre diversas culturas.

Os preços em fevereiro devem ser determinantes para saber o tamanho da fatia que a soja pegará, já que os produtores vão fazer as contas e comparar os valores dos bushels de milho e soja. “O cenário está convergindo mais para a área da soja, porque o milho caiu. Essa briga vai se intensificando e deve ser transmitida no relatório de março”, diz.

Ele ressalta que apesar da expectativa de picos de preço, a consultoria recomenda cuidado ao produtor brasileiro, para que ele não seja surpreendido por uma inversão na curva de preços.