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Produção de petróleo deve ser cortada para segurar preço

Cotação da commodity no mercado internacional é usada como referência para formação dos valores dos combustíveis no Brasil

O preço do petróleo caiu quase 7,5% em relação à semana anterior, impactado pelo avanço do coronavírus. Com isso, a Petrobras anunciou nesta sexta-feira, 28, que vai diminuir o preço da gasolina nas refinarias em 4% e o diesel em 5%. Isso porque a estatal tem uma política em que considera os preços internacionais da commodity na formação das cotações no Brasil.

“O petróleo já vinha mostrando comportamento de queda no mercado internacional, mas como o câmbio estava desvalorizando muito, isso acabou não sendo repassado para o mercado interno. Com essa nova rodada de queda, deu espaço para que houvesse esse reajuste na gasolina e diesel”, comenta o diretor da consultoria MBAgro, José Carlos Hausknecht.

Ele afirma que o avanço da doença poderia afetar ainda mais o consumo de combustíveis no mundo, prejudicado pela restrição da locomoção da população da China e de outros países. “As pessoas deixam de viajar, ficam em casa e não consomem combustíveis. Isso tem um impacto muito grande e pode cair mais”, diz.

No entanto, ele ressalta que na próxima semana, em uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), há a possibilidade de corte na produção de petróleo, em uma tentativa de segurar os preços da commodity. “Tem um componente político, então eu acho que não vai cair mais. Esses países [produtores de petróleo] vão reagir e cortar produção”, diz.