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Senado comemora os 20 anos da Abrapa e destaca importância da entidade

Parlamentar afirma que a organização foi responsável pelo Brasil ter saído de segundo maior importador para segundo maior exportador de algodão no mundo

Plantação de algodão
Presidente da Abrapa diz que o PIB da cadeia produtiva gira em torno de 74,11 bilhões de dólares. Foto: Henrique Bighetti/Canal Rural

O Senado promoveu nesta quinta-feira, 12, uma sessão especial para comemorar o aniversário de 20 anos da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), requerente da homenagem, ressaltou que a organização foi a principal responsável para que o Brasil tenha saído da categoria de segundo maior importador para a de segundo maior exportador de algodão no mundo.

O parlamentar lembrou que, na época de fundação da Abrapa, em 1999, a cotonicultura sofria com a crise de desvalorização do real, com a dificuldade de abertura do mercado de algodão para estrangeiros e ainda com o ataque da principal praga que afeta o setor, o bicudo-do-algodoeiro.

“Nesse contexto, de baixa produção, era difícil imaginar que 20 anos depois o Brasil bateria sucessivos recordes de produção, de produtividade, e se consolidaria como um dos maiores produtores de algodão do mundo, ao lado de países como China, Índia, Estados Unidos e Paquistão”, disse.

O presidente da Abrapa, Milton Garbugio, destacou que atualmente o Produto Interno Bruto (PIB) da cadeia produtiva do algodão do Brasil gira em torno de 74,11 bilhões de dólares, considerando as vendas de produtos de confecção. O setor, afirmou, gera emprego e renda para 1,2 milhão de trabalhadores.

“Por isso, junto com o aniversário da Abrapa, comemoramos os 20 anos da retomada da produção nacional de algodão. Para conseguir tudo isso, foi preciso muito mais que recuperar as nossas lavouras, foi preciso ousadia, investimento em ciência e tecnologia e, principalmente, foi preciso quebrar os paradigmas e buscar gargalos na questão da logística”, afirmou.

Sustentável

Além da história de contribuição para o desenvolvimento do setor e, consequentemente, do país, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, elogiou o sistema de produção do algodão, que, segundo ela, é “altamente sustentável” se comparado à produção de fibra sintética, que é obtida a partir do petróleo. Outra observação da ministra foi quanto às diversas safras que podem ser colhidas na mesma área, sem precisar, assim, desmatar.

“O algodão é um produto ambientalmente muito mais correto do que tirar petróleo. Nós vivemos num mundo em que só se fala em descarbonização. Além disso, o Brasil é o único país do mundo que consegue fazer numa mesma área de três a quatro safras por ano. A África poderá fazer isso no futuro, mas ainda não tem tecnologia para isso”, disse.

A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) elogiou o trabalho da Abrapa: “O associativismo é muito importante. Essa organização, essa vontade de fazer, essa união para que todos deem certo é o segredo do sucesso, é a união de vocês. Parabéns!”

Participaram ainda da sessão o presidente da Embrapa, Celso Luiz Moretti; o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão, Henrique Snitcovski; o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, Fernando Valente Pimentel, entre outros.