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'Fim da greve na Argentina não significa, necessariamente, queda no preço da soja'

Analista explica que estoques curtos e seca na Argentina contribuem para a elevação das cotações; veja o que esperar

Após 20 dias de paralisação, indústria e sindicatos chegaram a um acordo para encerrar a greve de trabalhadores portuários e de esmagamento na Argentina. O anúncio foi feito na terça-feira, 29, à noite, após reunião que durou mais de nove horas no Ministério do Trabalho.

Na abertura desta quarta-feira, 30, a notícia de sindicatos e empresas argentinas entraram em acordo voltou a pressionar as cotações. É esperado que com o fim da paralisação, que durou cerca de 20 dias, aumente a exportação de soja do país.

Apesar de ser um fator de baixa, o cenário mundial tende a deixar o preço da soja consolidado nas próximas semanas, como explica o analista de mercado da StoneX, Jonas Pizzato.

“Ao longo do dia notamos que o mercado continua bem firme. Isso porque vivemos uma condição de estoque e uso de soja bem complicado. Os estoques dos EUA, Brasil e do mundo estão mais curtos, frente a uma demanda muito aquecida, principalmente da China, que se recupera da peste suína africana e que tem planos de ser autossuficiente em carne suína nos próximos anos”, explicou.

Segundo ele, outro fator que força o preço pra cima é a seca que atinge a América do Sul, sobretudo a própria Argentina. “Essa situação deve manter a soja na casa dos US$ 12,90, pois são muitos fundamentos altistas”, finalizou.