Há cerca de 15 dias, o presidente da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Varginha (Minasul), José Marcos Magalhães, relatou que os armazéns da região estavam cheios. O Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura de São Paulo analisou a situação e diz que os problemas são pontuais e não devem impactar a formação de preço da commodity.
“Não é nada que possa causar tamanha modificação na cotações do produto no mercado, na verdade. Foi um problema localizado em dois pontos importantes da nossa cafeicultura de arábica. Entretanto, não há cadeia produtiva no agronegócio brasileiro que tenha uma estrutura de armazenagem adequada ao volume da nossa safra. Todas as cadeias têm uma infraestrutura de armazenamento insuficiente para o volume, o café não é exceção”, diz Celso Vegro, engenheiro agrônomo e pesquisador científico do IEA.
“Todavia, pelo ritmo de embarques e pelo consumo interno que o café deve exibir nos próximos 60 dias, vão surgir verdadeiros clarões dentro dos armazéns, eliminando completamente essa situação momentânea e localizada. Eu entendo que essa questão de armazéns lotados e filas de caminhões para entregar o produto se trata de uma estratégia diversionista dos índices especuladores no mercado de café. Portanto, não é hora de vender, vamos aguardar um pouco mais o desenrolar da formação dos preços, principalmente após essas semanas de altas temperaturas que devemos registrar em todos os cinturões de arábica do Centro-Sul”.