Agronegócio

Mato Grosso já comercializou 76% da produção de milho 2ª safra

A alta no preço do grão estimulou os produtores a antecipar as vendas do grão; produção nacional deve ficar em 75 milhões de toneladas, diz Abramilho

O Mato Grosso é o maior produtor de milho segunda safra no Brasil. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a alta no preço do grão estimulou os produtores a antecipar a comercialização na pré-colheita e 76% da produção esperada já está vendida.

“Com uma área de 5,1 milhões de hectares e uma produtividade de 106 sacas por hectare, que ainda não seriam recorde em Mato Grosso, porque na safra passada nós colhemos mais de 110 sacas, mas ainda vamos ter um bom volume de produção, que já está em quase 80% comercializado”, comentou Daniel Latorraca, superintendente do Imea.

Agricultor no município de Sapezal, Cláudio Scariotte é um dos produtores que já venderam boa parte da safra. O primeiro desafio na lavoura foi combater os percevejos.

“Como na soja deu muito pouco, eles migraram do final do soja para o milho. Tivemos muita dificuldade para controlar o percevejo, mas as lavouras em si estão muito bem e o preço nos ajuda muito esse ano. Estamos esperando essa produtividade”, afirmou o produtor.

A preocupação do Cláudio agora é outra. O agricultor está dependendo da chuva para garantir a entrega do que já foi vendido. “A nossa expectativa de colheita neste ano é de fechar de 110 a 130 sacas por hectares. Vai depender das últimas chuvas agora na fase de enchimento de grão”, acrescentou.

Apesar de o clima comprometer a boa produtividade em vários estados brasileiros, para Glauber Silveira, vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), a estimativa da produção nacional do milho segunda safra continua em 75 milhões de toneladas do grão.

“A gente está tendo um clima um pouco adverso, seja no Sul ou também no Centro-Oeste. Em Mato Grosso, alguns municípios serão afetados. A chuva não está normal como foi em outros anos, mas ela não deve mudar tanto assim, não deve ter grandes impactos até o momento em relação à produtividade”, disse Silveira.