2016 foi um ano de conquistas para as mulheres do agronegócio

Congresso voltado para mulheres do campo ressaltou a importância da mulher no comando do agronegócio brasileiro

Fonte: Pixabay

O ano de 2016 foi marcante para as mulheres que atuam no agronegócio brasileiro, pois foi neste ano que foi realizado o primeiro congresso feminino da atividade e concluída uma pesquisa que revelou o perfil que promete assumir ainda mais a liderança e controle do país nos próximos anos.

Dentista de formação, Marize Porto se tornou uma administradora por vocação, após ter assumido as fazendas da família há 10 anos, quando enfrentou a dor da morte do marido e teve a missão de livrar o negócio da falência.

Apesar da crise, a agora produtora rural conseguiu transformar seu empreendimento em referência nacional em Integração Lavoura, Pecuária e Floresta. Segundo ela, a virada veio quando passou a dedicar tempo e paciência para pedir ajuda especializada. “Na Embrapa, eles tinham a solução para os meus problemas (…). É uma tecnologia fantástica, que me deixou em um superávit em 10 anos, recuperou o solo e me deixou em uma situação bem mais confortável do que quando eu assumi”, disse Marize, que ressaltou a importância da tecnologia e da especialização em sua mudança de vida.

Além das características marcantes da mulher brasileira que sobrevive da agropecuária, uma pesquisa inédita encomendada esse ano por entidades do setor revelou ainda que além das posições de liderança elas querem se unir em busca de mais conquistas. “A primeira coisa que a mulher quer é ganhar dinheiro igual ao homem e acho que o que está acontecendo nesse ano, depois do congresso nacional das mulheres, é um pertencimento, é querer estar juntas. Eu acho que a mulher ela está querendo se conhecer mais e sair da toca”, falou a produtora Teresa Cristina Vendramini.

A jovem pecuarista Carmem Perez, que investe em seringueiras no Mato Grosso, é um exemplo dessa vontade de união entre as mulheres no setor. Ela foi uma das 700 participantes do Primeiro Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, realizado este ano em São Paulo.

 “Acredito que a mulher tem esse espírito de liderança muito forte, pois ela quer levar informação. Acredito que a mulher vai conquista muita liderança, tanto nas cooperativas quanto nas associações. O nosso perfil é para liderar e conversar, sem a timidez de ir atrás ou de dizer que não sabe”, falou Carmen Perez.

Na visão do consultor da TCA Internacional, José Luis Tejon, a visão de mundo da mulher é diferente e pode ser uma vantagem no trabalho. “Ela carrega dentro dela essa coisa de procriar e, quando fala de bem-estar animal, ela não fala só do ponto de vista econômico, mas também pela natureza. Aqui vai o meu recado pros homens líderes do agronegócio: vamos identificar mulheres, porque a voz de uma mulher no diálogo com a sociedade é muito mais bem aceita”, disse.