Alto custo atrapalha produtores de arroz no Rio Grande do Sul

"Custo Brasil", como é conhecido pelos agricultores, tem atrapalhado a produção e gerado discussões sobre melhorias 

Fonte: Canal Rural

O setor de arroz que retomar os bons volumes de exportações registrados em 2016. Mas, para alcançar esse objetivo, alguns entraves precisam ser superados. Entre eles, o alto custo de produção. 

O Brasil é o maior produtor de arroz fora da Ásia. Parte do volume que sai do campo vai para a mesa de 52 países. A nossa participação no mercado internacional cresceu mais de 40% em quatro anos. E o número de empresas que exportam também aumentou. De 13 indústrias em 2013, chegamos a 20. Mas o mercado ainda tem muito a crescer. 

De acordo com o gerente de projeto da Brazilian Rice, Gustavo Ludwig, a quebra da safra em 2016 e a baixa do dólar foram problemas.

“Agora em 2017, o dólar está melhor para os exportadores. Então, nossa meta é recuperar os números de 2015, que é na orgem de 930, 950 mil toneladas exportadas de arroz brasileiro”, conta. 

Os números foram apresentados à cadeia produtiva do grão durante o 2º dia da Semana Arrozeira, que acontece no Rio Grande do Sul. 

“Nós temos custos muito elevados de produção. Comparado com o mercado internacional, nosso preço em dólar do produtor para indústria é mais alto. Questão logística, financiamento ao produtor, principalmente na exportação também nos portos, agilidade dos portos nos custos, temos custos de escaneamento de container. Então, é mais um custo Brasil, que costumamos falar, que é o nosso maior entrave hoje”, aponta. 

O agricultor que mais gasta para fazer uma saca de arroz é o brasileiro. São R$ 7 mil por hectare, segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz. O problema é que os custos que mais oneram, como energia elétrica e diesel, não dependem do produtor. Por isso, é preciso repensar os investimentos na próxima safra. 

O presidente da Câmara Setorial do Arroz, Daire Coutinho, acredita que o produtor deve buscar alternativas e buscar as áreas mais produtivas e com menor custo. 

“O que o produtor vai poder fazer é internamente, dentro da porteira, buscar alternativas na sua produção de buscas as áreas mais produtivas, de buscar as áreas com menor custo de energia elétrica, com menor digamos assim, tratos culturais na sua lavoura, pra que ele tenha um encolhimento dos seus custos. Então, isso além de nos atrapalhar a exportação, auxilia na importação interna e afeta duplamente o resultado do produtor”, conta.