Área da segunda safra de soja deve cair 30% no oeste de SC

A alta umidade tem causado podridão nos grãos, prejudicado a qualidade das espigas, além de aumentar o custos das cooperativas com secagem do produto

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Prevendo o risco de plantar a segunda safra de soja fora do prazo estimado, os agricultores do oeste de Santa Catarina devem reduzir a área semeada da cultura em 30%. Isso porque o volume de chuva na região chegou a 300 milímetros desde o início do ano, quantidade três vezes maior que a média para o período. Com o solo encharcado, a colheita da primeira safra de milho segue atrasada.

O produtor rural Carlos Zimmer afirma que só conseguiu colher um terço dos 90 hectares de milho cultivados nesta safra. Os trabalhos de campo foram interrompidos pelo excesso de chuva nos últimos dias e a umidade já tem causado podridão nos grãos e prejudicado a qualidade das espigas.

“Nós percebemos após o início da colheita que a produtividade está abaixo do esperado, ao redor de 170 sacas por hectare, e devido ao excesso de chuvas que vem ocorrendo nos últimos dias na região essa produtividade tende a cair ao redor de 10%”, explicou.

A expectativa do agricultor é de redução de quase 50% da área da soja na segunda safra.

Redução de área
Inicialmente a área prevista para a segunda safra de soja na região era de 6 mil hectares. Mas, com o atraso na colheita do milho, umas das principais cooperativas do oeste catarinense já prevê redução de 20% a 30% na área destinada à oleaginosa.

O engenheiro agrônomo da Cooperativa Regional de Itaipu (Cooperitaipu), Marcelo Salvatori, explica que a soja safrinha tem uma janela de plantio entre 10 de janeiro e 10 de fevereiro. “Quanto mais demorar o plantio, vai faltar luz para a cultura expressar o potencial produtivo e também o vazio sanitário que vai até 11 de fevereiro”, disse.

A cooperativa, que é uma das maiores da região, recebeu até agora apenas 10% das 45 mil toneladas de milho previstas para a safra de verão e 3% das 28 mil toneladas de soja.

De acordo com o gerente comercial da Cooperitaipu, Marcos Miederle, explica que eles esperavam já ter recebido pelo menos 35% da safra de milho e entre 15% a 20% da soja. “O milho está entrando mais úmido, o produtor quando consegue meio dia de sol colhe e nós estamos gastando mais para secar esse milho, mais energia, lenha e horas de secagem”, afirmou.