Atraso no pré-custeio congela compra de insumos

Vendas até março deste ano estão 90% mais baixas em relação ao mesmo período de 2014, segundo a AndavO atraso na liberação do crédito rural para o pré-custeio já se reflete na compra de insumos. Os produtores estão apreensivos uma vez que, se os recursos demorarem para sair, eles terão que arcar com custos mais altos.

Fonte: Carlos Roberto Dellavalle Filho/Lagoa Vermelha (RS)

As vendas até março deste ano estão 90% mais baixas em relação ao mesmo período de 2014, segundo a Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas (Andav).

Segundo o diretor da entidade, Márcio Braga, a explicação está na demora das instituições financeiras para liberarem o crédito de pré-custeio, que costuma sair em fevereiro. Braga acredita na possibilidade do dinheiro só ser liberado depois que os juros subirem.

– Como todas as taxas, os juros tão subindo, a taxa selic subiu. Com o atraso, esse dinheiro não vai custar mais caro para o produtor?

Por enquanto, as revendedoras de insumos ainda têm estoque com o preço antigo do dólar, cerca de R$ 2,74. Mas, quanto mais o crédito de pré-custeio demorar a sair, maior é o risco do produtor ter que arcar com a instabilidade do câmbio e pagar um valor mais caro pelo pacote tecnológico.

– Se subir o custo do produtor, ele vai querer cortar em algum insumo, em alguma tecnologia, o que não é o ideal. O certo é ele fazer o pacote tecnológico completo para ter garantia de produtividade.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Cristalina, Alécio Maróstica, um dos municípios com maior produto interno bruto agropecuário do país, com o adiamento na compra dos insumos o produtor pode pagar mais caro pelo frete do produto.

– O que vai acontecer à frente será um congestionamento nas compras, principalmente na época de transporte do fertilizante dos portos para cá. Poderemos ter aumento do preço do frete, porque todo mundo vai buscar ao mesmo tempo e, além disso, um problema na entrega dos fertilizantes.