Rural Notícias

Série especial do Canal Rural ouviu brasileiros em quarentena pelo mundo

A série do Rural Notícias ouviu 29 brasileiros em mais de 20 países e mostrou como o mundo está enfrentando a pior pandemia do século; confira

A pandemia do novo coronavírus se espalhou por todos os cantos do planeta e, por onde passa, tem deixado um clima de insegurança e apreensão. Cada país tem tomado algum tipo de medida que acha correta para combater o avanço do vírus e, para entender como o mundo está encarando a Covid-19, o Rural Notícias fez uma série que durou todo o mês de abril e ouviu relato de brasileiros em países de todos os continentes.

Ao londo do mês, foram 29 brasileiros falando sobre suas rotinas em mais de 20 países que tentaram conter o avanço do novo coronavírus com medidas mais drásticas ou até mais moderadas. Muitos adotaram multas aos cidadãos, e outros optaram pela prisão.

Confira, abaixo, as histórias desses brasileiros e como o mundo tem enfrentado a maior pandemia do século 21.

1. Clarksville (EUA)

O Rural Notícias começa uma série de depoimentos de brasileiros que vivem a quarentena pelo mundo por causa do avanço da pandemia do coronavírus. A nossa primeira personagem é a empresária Karine Macedo, que mora na cidade de Clarksville, no estado norte-americano de Maryland, e relata as dificuldades do isolamento no país que mais registrou casos de coronavírus no mundo.

“Eu tenho uma companhia de limpeza pequenininha e estamos sofrendo muito, pois perdemos 90% dos clientes durante esse período de isolamento. Afinal, não deixam a gente entrar nas casas dos outros e,desde a noite desta terça, 31, o governador decretou uma espécie de toque de recolher, só podendo sair depois das 20h quem trabalha com função essencial”, disse.

Segundo ela, é preciso ter uma carta do empregador para poder circular. Sem isso, a multa é de US$ 5 mil. “As crianças já estão sem aulas há três semanas e foi prorrogado o recesso até o dia 24 de abril”, relatou.

Karine explica que existe um temor pela falta de abastecimento. “Estou indo agora comprar pão e não sei se vou conseguir. Reservam o primeiro horário para pessoas mais velhas, e depois não é possível achar mais. Tem muito frango, mas estão limitando a compra de dois por pessoa”, finalizou.

 

 

 

2. Barcelona (Espanha)

A Espanha bateu recorde de mortes em um único dia por causa da disseminação do novo coronavírus. Mas, apesar disso, o índice de contágio vem diminuindo. No episódio desta quinta, 2, da série de depoimentos de brasileiros que vivem a quarentena pelo mundo, você vai ver o relato do publicitário Cesar Bergamo, que vive em Barcelona, uma das cidades mais populosas da União Europeia.

“Estamos indo para a terceira semana de confinamento e o estado de alarme foi decretado pelo governo no dia 11 de março. Desde então, somente supermercados e farmácias estão abertas. Todos os bares e restaurantes estão fechados e só pode sair de casa para ir nesses estabelecimento, preferencialmente sozinho ou protegido com luvas e máscaras”, disse.

A Espanha bateu recorde de mortes em um único dia por causa da disseminação do novo coronavírus. Mas, apesar disso, o índice de contágio vem diminuindo. No episódio desta quinta, 2, da série de depoimentos de brasileiros que vivem a quarentena pelo mundo, você vai ver o relato do publicitário Cesar Bergamo, que vive em Barcelona, uma das cidades mais populosas da União Europeia.

“Estamos indo para a terceira semana de confinamento e o estado de alarme foi decretado pelo governo no dia 11 de março. Desde então, somente supermercados e farmácias estão abertas. Todos os bares e restaurantes estão fechados e só pode sair de casa para ir nesses estabelecimento, preferencialmente sozinho ou protegido com luvas e máscaras”, disse.

Segundo Cesar, estabelecimentos estão impedindo a entrada de pessoas sem equipamentos de proteção.Os deslocamentos, mesmo de carro, estão sendo monitorados pelo governo.

“Estão liberando a saída apenas para ir aos supermercado, ou ao médico. E sempre sozinho, ou com uma pessoa no banco de trás e outra no banco da frente, em sentido diagonal oposto”, relatou ao Rural Notícias.

A Espanha já enfrenta um sério problema com a ocupação dos leitos hospitalares e acredita-se que tenha atingido o pico de contágio. “O número de mortes continua alto, mas os contágios estão diminuindo um pouco, entre 9% na área, mas chegamos a bater 35% de aumento de um dia para o outro. O problema agora está dentro da UTI dos hospitais”, contou.

O recado do publicitário para o Brasil é que continue o isolamento social. “É muito importante o que está acontecendo aqui para o Brasil ver e ficar em casa. É preciso obedecer o isolamento, pois quanto mais gente ficar em casa, menos pessoas se contagiam com essa doença.”

 

3. Auckland (Nova Zelândia)

A Nova Zelândia confirmou 797 casos do novo coronavírus e teve apenas 1 morte registrada até esta sexta-feira, 3 de abril. Apesar de os números serem baixos, quando comparados com outros países, o governo aderiu ao isolamento social como forma de conter o contágio comunitário do vírus.

No terceiro episódio da série com depoimento de brasileiros que vivem em quarentena pelo mundo, você vai conhecer educadora Flávia Previato, que mora na cidade de Auckland. Segundo ela o governo local fez um aporte na economia de US$ 12 bilhões, que garante a sobrevivência dos cidadãos.

“A primeira-ministra fez um pronunciamento no dia 23 de março para a população se organizar para a quarentena, que começou no dia 25 de março. A previsão é de quatro semanas de isolamento e, mesmo quem não pode trabalhar, como é o meu caso, recebe o salário integralmente, ou, em alguns casos recebe 80% do salário”, disse.

Segundo Previato, é permitido sair na rua para fazer compras ou ir até a farmácia. No entanto, caso a polícia pare o cidadão que não esteja fazendo nenhum desses trajetos, uma advertência é aplicada. No caso de reincidência, a pessoa pode até ser presa.

 

4. Leiden (Holanda)

Diferente de outros países europeus como França e Itália, a Holanda não adotou medidas extremas para conter o avanço do coronavírus. O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, não acredita no fechamento total de fronteiras e rejeita o confinamento.

Na série especial do Rural Notícias sobre brasileiros que vivem o confinamento no exterior, conversamos com a publicitária Haifa Madigman, que tem 26 anos e mora na cidade de Leiden. Ela explica que, mesmo com a quarentena não obrigatória, existem multas para as pessoas que saiam de casa em grupos e que não respeitam o limite de distância.

A jovem, que pensava em passar apenas alguns dias na Holanda, teve que mudar seus planos por conta do vírus. “Estou aqui há 23 dias. Meu plano era estudar em outro país, em Malta, e minha estadia na Holanda seria de apenas três dias. Porém, assim que eu cheguei, o governo reconheceu a pandemia e ficou mais complicado viajar pelo mundo”, explica.

A jovem comenta que mesmo sendo uma cidade universitária, Leiden está com escolas, restaurantes e universidades fechadas. “Mercados estão abertos, existem comidas, não tem ninguém estocando nada. Todos os mercados que eu fui estão com movimento normal, apenas respeitando o limite e distância de um metro e meio de uma pessoa para outra”, completa.

5. Buenos Aires (Argentina)

Na Argentina, dados do dia 7 de abril apontam 1.628 casos confirmados e 56 mortes pelo novo coronavírus. O país adotou rapidamente medidas para conter o avanço da pandemia, no qual a população aderiu completamente.

No episódio de hoje da série de depoimentos de brasileiros que vivem em quarentena pelo mundo, o Rural Notícias ouviu o bancário Guilherme Boaceff, que contra como tem vivido o isolamento social no país vizinho. “A quarentena é total aqui e só estamos autorizados para ir ao supermercado ou farmácia. Mas eu pude notar a cidade bem mais vazia, com poucas pessoas nos lugares permitidos. Não tivemos nenhuma situação de descontrole e os mercados estão bem abastecidos”, disse.

O brasileiro conta que trabalha de casa e tem ido ao mercado poucas vezes. “Estou saindo a cada semana ou semana e meia, para evitar essa exposição. Nessas saídas, eu percebi que tem bastante polícia na rua e eles sempre questionam onde estamos indo”, contou.

Assim como no Brasil, o atendimento delivery tem sido uma opção. Enquanto o Brasil passar por panelaços contra políticos, os argentinos optaram por homenagear os profissionais da saúde. “Todos os dias, às 9h, os argentinos saem nas janelas e aplaudem os médicos todos os dias”, finalizou.

6. Londres (Reino Unido)

O Reino Unido bateu recorde de mortes por Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, em um único dia. Nesta quarta-feira, 8, foram 938 mortes, totalizando mais de 7.000 até agora.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, é um dos infectados. O premiê, que tem 55 anos e faz parte do grupo de risco, é tratado no hospital Saint Thomas, em Londres, desde o mês passado.

De acordo com o DJ Fábio Favalli, que mora e trabalha na capital inglesa há 15 anos, o governo ordenou ‘lockdown’ na segunda-feira, 23, com policiais fiscalizando e dando multas.

Os habitantes têm respeitado a medida, mas têm permissão para sair de casa para ir trabalhar e fazer esportes. “Eu tenho usado a minha permissão para andar de bicicleta e tenho visto a cidade muito vazia, mesmo nos lugares onde ela estaria muito cheia”, comenta.

Mesmo com medidas atrasadas comparado ao resto do mundo, os cidadão têm sido advertidos sobre os procedimentos para entrar e sair de casa e seguido as normas de higiene.

 

7. Melbourne (Austrália)

Na Austrália, o governo tomou medidas de restrições para conter o avanço da contaminação pelo novo coronavírus há um mês. No momento, são 1.228 casos confirmados e 12 mortos. A publicitária Bárbara Zakowicks, que mora em Melbourne há dois anos, conta como ela e colegas do Brasil estão enfrentando a pandemia.

Segundo ela, o governo faz pronunciamentos semanais sobre a doença e a população está proibida de sair às ruas, com exceção de casos realmente necessários, como ir ao supermercado, farmácia e hospital.

“Por trabalhar na rua, ainda uso o transporte público e consigo ver que a maioria da população está respeitando as recomendações do governo”, afirma.

Em relação à comunidade brasileira na Austrália, ela comenta que muitas pessoas que trabalham em estabelecimentos como restaurantes, que foram fechados por causa do vírus, estão tendo que voltar ao Brasil.

O governo australiano estimou no mínimo 10 anos para a economia se recuperar da crise causada pela doença. Bárbara comenta que o agro foi afetado no começo do surto, já que Austrália exporta e importa muitos produtos da China. “Está todo mundo apavorado, muitas pessoas perdendo emprego”, finaliza.

8. Bolonha (Itália)

Apesar de ter as primeiras quedas no número de contágio, a Itália já acumula quase 19 mil mortes por Covid-19. No episódio desta sexta-feira, 10, da série de depoimentos que vivem em quarentena pelo mundo, você vai ver o dia a dia da publicitária Ruth Vasconcellos, que conta quais são as recomendações que devem ser seguidas no país.

Na cidade de Bologna, as escolas estão fechadas desde o dia 27 de fevereiro. A recomendação é para que as pessoas fiquem em casa e saiam apenas para fazer algo muito necessário, como ir até farmácias e supermercados. “Nosso cotidiano mudou bastante, pois depois das escolas as coisas foram fechando aos poucos. Não podemos ir mais do que 300 metros da nossa casa e até em parques existem drones monitorando a população”, disse a publicitária que mora há cinco anos na Itália.

Em seu apartamento, ela adotou uma saída média por semana. Sempre indo apenas uma pessoa para a rua. “Sempre que volto, tiro a roupa e a lavo. Além disso saímos com luvas e máscaras”, contou.

Atualmente, o número de mortes está na casa dos 800 a cada 24 horas. Nos supermercados, produtos que não sejam de primeira necessidades, estão proibidos para a venda. “Sempre que volto, desinfeto tudo, como embalagens, cartão de crédito e carteira. Faço isso todas as vezes”, disse, narrando sua rotina.

9. Durban (África do Sul)

A África do Sul vem sendo elogiada pelas medidas tomadas para evitar o avanço do novo coronavírus. O isolamento social foi imposto em 27 de março e se estende até 30 de abril por ordens do presidente Cyril Ramaphosa. Segundo informações, o país registrou pouco mais 2.000 casos e 27 mortes até esta segunda-feira, 13.

A jornalista Carine Ferreira mostra como está sendo a quarentena em Durban, terceira maior cidade do país. Ela diz que as saídas de casa são bem restritas, limitando-se a mercados, farmácias e hospitais.

Todos os voos comerciais, nacionais ou internacionais, foram fechados, assim como as fronteiras. “Na verdade só entram alimentos, remédios e produtos considerados essenciais”, afirma. Nem mesmo bebidas alcoólicas e cigarros estão sendo comercializados durante a quarentena, o que vem sendo contestado por indústrias e comércios.

Para evitar a disseminação do vírus, o país africano está realizando exames em massa para tentar detectar o foco da transmissão, principalmente em favelas e lugares de maior aglomeração.

10. Miami (EUA)

Os Estados Unidos lideram o ranking mundial do novo coronavírus com mais de 592 mil casos e 24.737 mortes. No episódio desta terça-feira, 14, da série de depoimentos de brasileiros que vivem a quarentena pelo mundo, conversamos com Tayene Silveira, que relata como está a situação em Miami, no estado da Flórida.

De acordo com a brasileira, o confinamento obrigatório começou há duas semanas e o sistema chamado pelos norte-americanos de ‘shutdown’ paralisa todos os serviços que não são essenciais. “Estávamos em um período de duas semanas de ‘shutdown’; apenas empresas de negócios essenciais estão permitidas trabalhar”, comenta.

Para evitar a aglomeração e evitar o contágio, foram colocadas marcas no chão para mostrar a distância mínima entre as pessoas, conta Tayene.

A população da Flórida tinha expectativas de que o confinamento iria acabar logo, mas o governador do estado emitiu uma nova ordem que permanece com as medidas de segurança. “As pessoas estão muito confusas”, completa a Silveira.

 

 

 

11. Brampton (Canadá)

As mortes por covid-19 vêm aumentando no Canadá. Nesta quarta-feira, 15, já são mais de 27 mil casos confirmados e mais de 900 mortes. A designer Emily Wenk, que mora em Brampton, no estado de Ontario, relata como o governo tem lidado com o aumento de casos.

Emily afirma que no começo, um mês atrás, não achavam que era algo tão sério e que as crianças poderiam até sair de casa, mas com o crescimento do número de casos, o governo está tomando medidas mais restritivas.

Através da TV, o primeiro-ministro Justin Trudeau entra diariamente por cerca de uma hora passando informações e respondendo dúvidas do público. “Os jornais estão sendo muito importantes, passando informações de como se proteger e o que fazer dentro de casa”, comenta.

A designer conta que uma das medidas que o governo tomou é multar quem sai de casa para fazer compras além de mercado e farmácia ou quem leva mais de um passageiro no carro.

Por caso do rigoroso inverno, os canadenses estão acostumados a ficar em casa, mas para as crianças isso tem sido uma dificuldade e, por conta disso, o governo disponibilizou sites com atividades e ensinamentos infantis.

 

12. Toyohashi (Japão)

Apesar de o novo coronavírus ter seu primeiro caso registrado na China, não são todos os países da Ásia que estão em situação crítica. Até o momento, o Japão registrou 8.626 infectados e 178 mortes, bem abaixo dos demais países asiáticos.

A youtuber Natália Lima, que mora em Toyohashi, na província de Aichi, relata que com comércios fechados, a movimentação na cidade caiu bastante. “Você quase não vê circulação de pessoas, aglomeração caiu bastante”, conta.

Segundo Natália, o isolamento quase total e o revezamento de funcionários da indústria pode ter sido determinante para conter a propagação do vírus no país. Além disso, o costume de usar máscaras no dia-a-dia ajudou bastante a diminuir o contágio.

A youtuber afirma que, por estar no começo da pandemia, ainda não é possível falar sobre o futuro, mas o país já foi afetado, inclusive com adiamento das Olimpíadas.

 

 

 

13. São Luis Potosí (México)

O México registrou até o momento 6.297 casos de coronavírus e 486 mortes. Diferente a pandemia de H1N1 em 2009, agora o governo conta com a ajuda da internet para informar a população e dar aulas online para os estudantes. Segundo a blogueira Melissa Lima, a experiência com a gripe suína fez com que as autoridades conseguissem preparar melhor a população, montando estruturas para receber os doentes.

Segundo ela, com o isolamento social obrigatório, muitas empresas optaram por dar férias coletivas a seus funcionários ou os colocaram de home office. Outras, apoiada por uma lei do governo, estão deixando funcionários em casa sem trabalhar e pagando metade do salário.

Porém, por falta de apoio financeiro do governo, muita pessoas não têm como manter o isolamento social. “Metade do país está cumprindo e outra metade, não, porque depende do trabalho para sobreviver e sem o apoio do governo não tem como ficar em casa”, comenta.

Assim como no Brasil, no início da pandemia muitas pessoas foram ao mercado e compraram em grande volume, mas agora já é possível ver a situação mais controlada. Segundo a blogueira, mesmo com distanciamento mínimo de um metro, uso de máscaras e álcool gel, muitas famílias optam por fazer compras online.

 

14. Griesheim (Alemanha)

Na tentativa de retomar a atividade econômica, a Alemanha começou a reabrir parcialmente as lojas nesta segunda-feira, 20. Durante o período de distanciamento social, o governo local tomou diversas medidas restritivas no comércio, indústria e escolas, além de aplicar multas pesadas.

De acordo com o engenheiro Alexandre Rocha, que mora em Griesheim, diferentemente de outros países, a Alemanha não fez quarentena, mas uma “redução de contato”, o que significa que não é proibido sair de casa, mas pessoas não podem se reunir em grande número.

Rocha conta que em vez de fechar totalmente, a maioria das empresas mudou a forma de trabalhar, fazendo turnos para evitar contato entre funcionários. “A minha empresa, por exemplo, dividiu em quatro equipes e dividiu a área física da empresa em duas”, diz.

Por falta do costume com o serviço de delivery, muitos restaurantes estão passando por dificuldades e mesmo a ajuda financeira do governo não tem sido suficiente.

As escolas, fechadas desde 22 de março, tem previsão de volta no dia 27 de abril para alunos a partir da quarta série.

 

 

15. Maisons-Alfort (França)

A França já supera 20 mil mortos pelo novo coronavírus e o país tem mais de 156 mil casos confirmados, o terceiro mais atingido na Europa. O número de pacientes internados em terapia intensiva continua a diminuir, mas a quarentena foi ampliada até dia 11 de maio.

No episódio desta terça-feira, 21, da série de depoimentos de brasileiros que vivem a quarentena pelo mundo, você vai ver o relato de um casal que vive em Maisons-Alfort, cidade próxima à capital Paris.

A publicitária Joice Oliveira, conta que a quarentena teve início no dia 15 de março. “Todos os estabelecimentos não essenciais, que são as farmácias e os supermercados, por exemplo, estão fechados. Alguns mercados estão controlando a entrada de pessoas para evitar aglomeração, gerando fila de aproximadamente 1 hora de espera”, disse.

O isolamento adotado pelos franceses foi o horizontal e para sair é preciso apresentar um documento especial. “É um documento disponibilizado no site do governo e deve ser utilizado para alguns motivos muito específicos, como trabalhar, em casos que o trabalho presencial é obrigatório, ir ao mercado ou farmácia, ou então resolver assuntos judiciais. Por enquanto, a polícia permite exercícios físicos, desde que seja de no máximo 1 hora e até 1 quilômetro de distância da sua residência”, nos contou o engenheiro Rafael Mazurec.

Ele diz que o descumprimento das medidas de isolamento gera uma multa de 135 euros e em caso de muitas reincidências, o cidadão pode ser preso por até seis meses.

Na França, o uso de máscaras não é estimulado pelo governo para manter os estoques disponíveis com os agentes de saúde. “Caso a pessoa seja diagnosticada com a Covid-19, aí sim o médico receita o uso da máscara como proteção”, disse Rafael.

 

16. Galway (Irlanda)

A Irlanda confirmou até o momento 16.671 casos do novo coronavírus. De acordo com a brasileira Giulliana Harte, que mora em Galway com seu marido e dois filhos, para evitar um pico perigoso de doentes, o governo local tem tomado medidas restritivas severas.

Segundo ela, as escolas fecharam no dia 13 de março e isolamento foi feito de forma gradual, mas agora o país está em lockdown completo. Para evitar aglomeração, pubs, restaurantes e até mesmo as paradas do St. Patrick’s Day – tradicional festa irlandesa – foram fechadas.

Por causa da alta taxa de desemprego, consequência do isolamento, o governo irlandês entrou com um auxílio econômico. “Inclusive para os proprietários de negócios, especialmente os pubs, que tinham a maior renda nesta época de verão. O governo está ajudando todo mundo”, afirma Giulliana.

Nesta época do ano, muitos irlandeses estariam aproveitando o clima de sol, mas por conta da pandemia, as saídas de casa são exclusivas para casos emergenciais, compras no mercado e exercícios físicos dentro de um raio de 2 km de distância das casas. Policiais estão nas ruas controlando a movimentação das pessoas e quem quebra as normas recebe multa de 2500 euros, equivalentes a quase R$ 15 mil.

Giulliana afirma que o cenário é de otimismo. “Acredito que estamos muito bem, as pessoas estão firmes, otimistas. Temos uma comunidade muito ativa; o senso de solidariedade da Irlanda é algo muito inspirador”, finaliza.

 

 

 

17. Lisboa (Portugal)

Portugal foi um dos últimos países da Europa a enfrentar o novo coronavírus. Com isso, o governo local teve a vantagem de estudar estratégias mais eficientes para combater os efeitos da Covid-19 em todos os aspectos, afirma o empresário brasileiro Valmir Chicarolli, que hoje vive em Lisboa, capital portuguesa.

Com medidas que vão além do isolamento social, o governo português teria criado incentivos econômicos para cada setor. Oferecendo um aporte de 300 milhões de euros para ajudar produtores, também foi criada uma linha com recursos específicos para auxiliar o agro. “O governo tem uma linha de crédito já, o programa de desenvolvimento rural, e dentro dela ele criou uma linha tratativa do coronavírus”, conta o empresário, que já trabalhou no Canal Rural.

Entre os setores mais prejudicados, segundo ele, estão o de exportações, por conta do fechamento das fronteiras, e o de leite, produto que se encontra com o preço para o consumidor final 20% mais baixo do que o normal. “Hoje em dia, por causa das restrições de logísticas, você já sente uma falta de produtos no mercado, principalmente produtos importados”, comenta Chicarolli.

 

 

18. Yiwu (China)

A pandemia do novo coronavírus começou em Wuhan, na China, ainda em 2019. Até o momento, a doença contaminou 82.804 pessoas no país, sendo que 77.257 se recuperaram. Com o bom índice, o governo chinês declarou o fim da quarentena. A influenciadora Princila Jin mora em Yiwu, na província de Zhejiang e conta como a população está voltando à rotina.

Para controlar a entrada e saída de pessoas em lugares públicos, foi criado um QR code com três cores: verde, que mostra que a pessoa é saudável e pode andar livremente por qualquer lugar, amarelo para quem teve contato com doentes e necessita ficar uma semana isolado e vermelho para aqueles que estão realmente doentes e precisam ficar isolados por 15 dias.

Priscila Jin conta que as ruas estão cada dia mais cheias e que as escolas já voltaram às aulas, mas é indispensável o uso de máscaras, até mesmo para as crianças.

 

 

 

19. Ely (Reino Unido)

Mais de 157 mil pessoas já foram contaminadas pelo novo coronavírus no Reino Unido. Entre eles o barbeiro Aldemir Júnior, que mora em Ely, na Inglaterra. O brasileiro conta que ele e a esposa foram infectados no fim de março, quando o país declarou quarentena oficialmente.

Durante os 15 dias de isolamento necessários para os doentes, o casal teve febre, tosse, problemas com garganta e ouvido. “A minha esposa ficou muito mal, a ponto de ter que ligar para os médicos duas vezes por semana, quase que trouxeram ambulância”, diz.

Um grande problemas enfrentado no país é a falta de equipamentos para médicos e enfermeiros, afirma Aldemir Júnior.

O governo da Inglaterra ainda não sabe quando reabrirá comércios e escolas. O lockdown deve durar pelo menos mais três semanas.

 

 

 

20. Bicester (Reino Unido)

O número de mortos por covid-19 no Reino Unido superou as previsões dos cientistas do governo local. Até esta segunda-feira, 27, mais de 21 mil mortes foram confirmadas. Além disso, segundo a brasileira Roberta Bitter, que mora em Bicester, na Inglaterra, o agronegócio também passa por dificuldades.

Durante o período de isolamento social, muitas famílias optam por fazer compras online, forçando os pequenos produtores rurais a terem que se adaptar também. Roberta conta que alguns feirantes estão oferecendo caixas de vegetais, legumes e frutas para serem entregues nas casas.

Outro desafio enfrentado é a falta de trabalhadores nas fazendas, já que a maioria deles são imigrantes do leste europeu que sazonalmente vêm a Inglaterra para trabalhar.

Reflexo nos mercados

A brasileira conta que nesses dois últimos meses a situação de abastecimento mudou e alguns itens começaram a faltar nos mercados. “Nós não encontramos muita coisa, então começamos a estocar comida e, por isso, começou a faltar muito rápido no mercado”, conta.

Para evitar a falta de itens essenciais no dia-a-dia, os supermercados começaram a racionalizar a quantidade de produtos que cada pessoa pode comprar.

 

21. Estocolmo (Suécia)

Em todo o mundo diferentes estratégias para combater o avanço do coronavírus são estudadas, na Suécia, essas medidas não foram tão severas. A professora universitária Paola Sartoretto, que mora em Estocolmo com seu marido e filho, relata rotina de quarentena.

Com o primeiro caso registrado no início de fevereiro, as restrições de fechamento de comércios, universidades e escolas aconteceu apenas em 18 de março. O governo optou para permanecer escolas primárias e creches abertas, porque acreditam que o risco social das crianças perderem um semestre letivo é maior do que o risco de contágio.

A professora afirma que as primeiras semanas de quarentena foram as mais difíceis, com muitas adaptações em relação à educação à distância e balancear o trabalho e cuidar do filho. “Foi uma época um pouco estressante, principalmente para mim que tive que adaptar várias disciplinas para o ensino à distância com uma criança em casa”, diz.

Sem apelar para medidas mais autoritárias, os suecos apenas são recomendados a não sair de casa, utilizar transporte público e realizar eventos com mais de 50 pessoas. Apesar de estratégia ser mais leve em comparação a outros países, a agência de saúde pública acredita ter resultados positivos, já que a taxa de incidência de doenças comuns nessa época caiu bastante.

Sartoretto relata que nas primeiras semanas de quarentena, como a população decidiu estocar produtos, os mercados estavam em falta de vários itens, mas situação já estabilizou. Também há a opção de fazer compras online para serem entregues nas casas, mas por causa de horários disputados, a entrega pode demorar de 7 a 10 dias.

Apesar de tomar medidas diferentes, a Suécia enfrenta mesmos problemas que outros países, entre eles, o aumento do desemprego. “Aqui muitas pessoas perderam o emprego, principalmente do setor aviação, restaurantes, hotéis e indústria”, conta a brasileira.

 

22. Graz (Áustria)

A Áustria é um país europeu que faz divisa com Suíça, Alemanha e Itália. Em um de seus territórios, os austríacos convivem com a população da região da Lombardia, epicentro da crise de coronavírus na Itália. Vivendo na cidade de Graz, a brasileira Viviane Frank é assistente de enfermagem e está na linha de frente do enfrentamento à Covid-19. Ela explica que os casos começaram a aparecer no país após a explosão da pandemia no país vizinho. “A Áustria sempre foi um país turístico e sempre recebemos muitos italianos. Nós nos tornamos propícios a receber o coronavírus, mas o governo rapidamente colocou o país em sistema de isolamento”, relembra.

A Áustria é um país europeu que faz divisa com Suíça, Alemanha e Itália. Em um de seus territórios, os austríacos convivem com a população da região da Lombardia, epicentro da crise de coronavírus na Itália. Vivendo na cidade de Graz, a brasileira Viviane Frank é assistente de enfermagem e está na linha de frente do enfrentamento à Covid-19. Ela explica que os casos começaram a aparecer no país após a explosão da pandemia no país vizinho. “A Áustria sempre foi um país turístico e sempre recebemos muitos italianos. Nós nos tornamos propícios a receber o coronavírus, mas o governo rapidamente colocou o país em sistema de isolamento”, relembra.

 

23. Turim (Itália)

A Itália foi um dos primeiros países europeus a enfrentar a pandemia do novo coronavírus. Apesar de meses em quarentena, o país atingiu nesta terça-feira, 28, mais de 200 mil casos, sendo o terceiro maior número no mundo, atrás de Estados Unidos e Espanha.

A brasileira Débora Camila, que mora em Turim e recentemente perdeu o emprego como cuidadora de idosos em consequência do isolamento social, relata quarentena no país.

Segundo ela, nos mercados, a entrada e saída de pessoas é controlada e há sempre a necessidade de uso de máscaras, distanciamento mínimo e é oferecido desinfetantes para os carrinhos. Para fortalecer o mercado interno, há promoções e rádios com propagandas de produtos italianos, conta Débora.

É possível encontrar vários policiais na rua, controlando a movimentação das pessoas. Para quem sair de casa sem emergência, as multas variam entre 500 a 600 euros.

 

 

24. Bali (Indonésia)

A Indonésia, país do sudeste asiático e destino turístico por suas ilhas vulcânicas e praias, registrou 9.771 casos de contaminação pelo novo coronavírus até esta quarta-feira, 29. Mesmo assim, o governo local não impôs isolamento obrigatório.

De acordo com o empresário Roberto Sciamarelli, a população é orientada a ficar em casa e a usar máscaras caso tenha que sair.

Por conta da falta de turistas, consequências das fronteiras fechadas, os comércios até funcionam, mas sofrem prejuízos. Por outro lado, segundo ele, com menos visitantes, é possível ver o impacto positivo na natureza, com céus sem poluição e praias mais limpas.

 

 

 

 

 

 

25. Burnaby (Canadá)

Com 51.597 casos confirmados do novo coronavírus, Canadá ultrapassa marca de 20 mil recuperados. A brasileira Tânia Yanagui, que mora em British Columbia, relata a rotina e como a comunidade tem se mantido positiva durante a pandemia.

Com isolamento obrigatório desde o início de março, as aulas têm previsão de volta apenas em setembro. Até lá, as crianças terão aulas onlines e tarefas feitas em aplicativos.

A primeira hora de abertura de mercados e farmácias é exclusiva para o grupo de risco, conta Yanagui. Além disso, filas são formadas fora dos mercados, com distanciamento mínimo de dois metros e é feito um controle de entrada e saída.

Para evitar quebrar a economia, empresas são orientadas a evitar dispensar funcionários e, para aqueles já desempregados, é possível obter um benefício do governo. “O primeiro ministro tem sido muito consciente”, afirma a brasileira.

Apesar de parques estarem fechados, atividades ao ar livre estão liberadas. E para aqueles que quebram as medidas de isolamento, o governo aplica multas equivalente a cerca de R$ 1.900. Sem previsão do fim da quarentena, Tânia afirma que população se mantém positiva, com a maioria das pessoas colaborando.

26. Newark (EUA)

Os Estados Unidos aparece como o país com o maior número de infectados pela Covid-19, ultrapassando 1 milhão de casos. A jornalista Rosangela Silva, brasileira que mora em Nova Jersey, segundo estado com maior número de casos, conta como está sendo a quarentena.

A jornalista relata que apenas os serviços essenciais como hospitais, farmácias e mercados estão abertos, mas com horário reduzido e critério de limite de entrada nos estabelecimentos. A opção de delivery tem sido a preferida entre os norte-americanos, que podem pagar até pelo telefone para evitar ao máximo o contato.

Assim como outros países, os Estados Unidos também enfrentam alta taxa de desemprego. E para ajudar aqueles que precisam, comunidade se junta e faz doação de alimentos. “Muita gente já está precisando, não tem nem o que comer”, conta Silva.

 

27. Cidade do México (México)

Completando 30 dias de isolamento social nesta semana, o México decidiu prorrogar a quarentena até o fim de maio. O país registrou mais de 17 mil contaminados e 1.732 mortes.

A jornalista Patrícia Monari mora na Cidade do México e conta que por entrar na terceira fase pandemia, o governo decidiu adotar medidas mais rígidas para frear a propagação. Entre as ações, estão o fechamento das estações de metrô com menor fluxo de pessoas e adaptação do rodízio de carros já existente, assim os veículos terão dias específicos para circular.

Por lá, apesar de não existir lei que proíba a população de sair de casa, é recomendado o isolamento social, além do uso de máscara e luvas.

28. York (EUA)

O momento do nascimento de um filho é planejado nos mínimos detalhes por muitas famílias pelo mundo. Mas, para quem teve que enfrentar os últimos meses de gravidez e uma sala de parto durante a pandemia do novo coronavírus, essa experiência se mostrou muito diferente.

Na série que ouve os brasileiros em quarentena pelo mundo, nós conversamos com Livia Chagas, 38 anos e que mora em York, uma cidade com 448 mil habitantes no estado norte-americano da Pensilvânia. Vivendo com o marido, Cleber,  e a filha Sophie, de 3 anos e meio, ela viu a pandemia chegar ao país que ela escolheu viver e a cidade onde mora passou a adotar algumas medidas de isolamento, tudo isso nos últimos meses da gravidez de sua segunda filha, Lauren.

Quando a pandemia atingiu os EUA, Livia e Cleber se preparavam para serem pais mais uma vez Foto: Arquivo Pessoal

“Nossa cidade não é grande e tivemos mais de 600 casos e 9 mortes por Covid-19 no condado de York, que é uma região que abrange algumas cidades. A situação começou a ficar preocupante quando começaram a surgir casos mais próximos do nosso estado, como em Nova York e na própria Filadélfia, cidade mais populosa do nosso estado”, disse.

No meio de março,  o governo decretou a quarentena para alguns condados. No dia 1º de abril,  foram decretada essa recomendação para ficar em casa em todo o estado. Atualmente, segundo ela, a recomendação virou ordem e as pessoas só podem sair de casa para atividades essenciais, como supermercado, consulta médica e farmácia.

O marido de Livia é engenheiro e passou a trabalhar em casa. Ela, como trabalha com recursos humanos, continuou a ir para a empresa, que trabalha com o fornecimento de materiais para hospitais, como uniformes, roupas de cama e também funciona como uma lavanderia para higienização de roupas dos hospitais. “A minha empresa não fechou e eu trabalhei até o dia 16 de março. No dia 17, não fui trabalhar porque comecei a sentir contrações e percebi que a minha segunda filha estava chegando”.

Dando à luz em isolamento

Como no parto da sua primeira filha, Lívia quis ter ao seu redor além do marido, a mãe e o pai que moram no Brasil. Nos EUA, é permitido que até quatro pessoas acompanhem o parto, mas tudo foi muito diferente desta vez.

Os demais familiares não puderam acompanhar o parto e a entrada no hospital só foi permitida ao pai. Foto: Arquivo Pessoal

“Todos ele estavam na expectativa de assistir ao parto, mas não conseguimos por causa da restrição. Cheguei ao hospital e já fomos barrados e fizeram várias perguntas para mim e ao meu marido. Lá dentro, a sala de espera fica trancada, sem nenhum tipo de visita no hospital e ninguém, além do pai, pode assistir ao parto”, relembra.

Foto: Arquivo pessoal

Segundo Lívia, o controle era tão rígido, que quando seu marido Cleber teve que ir para casa para descansar, quase não conseguiu retornar ao hospital. “Ele foi para tomar um banho e descansar, mas quando tentou entrar de novo, não queriam deixar ele entrar. Foram vários minutos até ele conseguir explicar que a filha dele acabara de nascer”, contou.

Após o nascimento, as visitas foram proibidas. “Parecia uma cidade fantasma o hospital, pois só entrava quem tinha algum tipo de agendamento. E essa dificuldade continuou também nas consultas pediátricas, comuns nos primeiros dias. Sempre o pai ou a mãe poderiam entrar com a criança no consultório, sempre com agendamento para não ter contato com nenhum paciente.”

 

A família aumentou

Após a experiência de dar à luz em uma situação de muito controle social, a família toda voltou para casa e a rotina de mãe de duas filhas começou. “Minha mãe continua aqui para nos ajudar e nos mantemos em casa o dia todo. Para a minha filha mais velha foi difícil entender que o meu marido estava em casa, mas que teria que trabalhar. Por causa disso, adotamos a estratégia de ele acordar bem cedo e ir para um escritório que montamos no porão, assim ela pensa que ele saiu e ele consegue trabalhar com tranquilidade”, disse.

As creches e escolas de York estão fechadas, mas a rede de creches na qual Sophie está matriculada continua a atender após os pais conseguirem uma liminar, já que boa parte dos clientes são pessoas que estão na linha de frente de combate à Covid-19. Mesmo assim, por causa  da licença maternidade, Lívia decidiu manter a filha em casa.

As irmãs Sophie e Lauren. Foto: Arquivo Pessoal

“Aqui a licença maternidade dura 12 semanas e não é remunerada. Comecei ela no dia que a minha filha nasceu e tenho mais algumas semanas pela frente, então conseguimos cuidar das crianças nesse período”.

Ao acabar a licença, a apreensão volta, já que o trabalho da brasileira exige contato direto com outros funcionários. “A minha empresa definiu que haveria corte de salário, então quando eu retornar já sei que meu salário será menor. Não saberemos por quanto tempo isso vai durar, já que a quarentena é dividida em estágios vermelho, amarelo e verde. Estamos no vermelho, que é o mais crítico, mas a expectativa é de que em maio a gente passe para o estágio amarelo”, contou.

Outra incerteza é sobre o retorno da mãe para o Brasil, que estava programado para ocorrer em julho, mas com a indisponibilidade de voos, tudo ainda é uma incógnita.

Apesar da apreensão e da incerteza do que deve ocorrer nos próximos meses, a família Chagas está muito feliz com a chegada do novo membro e tem certeza de que terá muitas histórias para contar quando a pequena Lauren começar a compreender melhor o mundo.

As família Chagas agora toda reunida, fazendo a quarentena na pequena cidade de York. Foto: Arquivo Pessoal