Cai em 25% número de famílias produtoras no RS

Desinteresse dos descendentes é um dos motivos para recuo, diz IGLUm estudo realizado pelo Instituto Gaúcho do Leite (IGL), com o apoio de diversas entidades do estado, mostra que cerca de 25% das famílias abandonaram a produção de leite no Rio Grande do Sul desde 2007. 

Fonte: Canal Rural

O desinteresse dos descendentes em seguir na atividade é uma das principais dificuldades enfrentadas pelos produtores (41,9%), ficando atrás apenas das reclamações sobre a falta ou deficiência da mão de obra (46,1%).

– A atividade leiteira é penosa, dia a dia, duas vezes ao dia. Temos essa dificuldade e talvez por isso o leite, por sua particularidade, sofra mais com isso. E também a questão de falta de sucessores, que queiram continuar a trabalhar nessa atividade – disse o coordenador da Emater, que também participou da pesquisa, Jaime Reis.

O estudo, que traça um perfil da cadeia leiteira gaúcha, mostra que o estado produz, em média, 4,6 bilhões de leite por ano, representando 12,62 milhões de litros por dia, uma produtividade diária de 10,6 litros, superior à média nacional.

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O rebanho totaliza 1,42 milhão de animais, criados em uma área média de 20 hectares. A maioria dos animais pertence à raça Holandês (58,4% ou 667,616 mil vacas). Esta proporção é superior nas regiões de Passo Fundo e Porto Alegre (72,4% e 64,5%). A raça Jersey representa 16,3% do rebanho gaúcho, sendo mais expressiva na região de Pelotas, e 23,9% das vacas são provenientes de cruzamentos.

O levantamento revela também que, do total de 198,817 mil pecuaristas gaúchos, 95% são agricultores familiares, com 51% deles produzindo leite para consumo familiar, enquanto 42,4% vende para indústrias, cooperativas e queijarias. Considerando os 224 produtores que processam leite em agroindústria própria legalizada, cerca de 42,5% estão associados à indústria.

As regiões de Ijuí e Santa Rosa são as principais produtoras de leite cru no Rio Grande do Sul, com 883 milhões de litros por ano e 679 milhões de litros por ano, respectivamente. A participação em número absoluto de produtores é maior nas regionais de Santa Rosa (14,948 mil), Ijuí (13,318 mil) e Passo Fundo (12,249 mil). As localidades que vendem leite cru para indústrias e os que processam em agroindústria própria respondem pela produção de 91,5% desse volume.

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Nas propriedades predominam as ordenhadeiras balde ao pé (59,6%) e 72,3% dos produtores têm resfriador de expansão direta (tanque isotérmico) e 22,6% resfriador de imersão. Em 38,7% das propriedades leiteiras gaúchas existe aquecimento de água para limpeza de equipamentos.

Em relação à indústria, a pesquisa identificou 254 indústrias de diferentes portes, incluindo os sistemas de inspeção municipal, estadual e federal, totalizando uma capacidade diária de processamento de 18,5 milhões de litros por dia. Também se identificou uma expressiva concentração dessas estruturas na metade norte do estado.