Com clima favorável, produtor de milho de SP está otimista com a safra

Depois de dois anos enfrentando quebras de produção por causa da seca, expectativa é de uma boa colheita da segunda safra do grão

Fonte: Roberta Silveira/Canal Rural

Os produtores de milho de São Paulo estão otimistas com os bons preços pagos pelo grão. Apesar das dificuldades dos últimos anos, a aposta no milho segunda safra continua no interior do estado. A expectativa é recuperar as perdas causadas pela estiagem nos últimos anos.

O agricultor Luiz Francisco Cruz nesta temporada espera alcançar a produtividade de até 100 sacas por hectare. Na propriedade de 400 hectares localizada em Conchal, no leste paulista, o milho apresenta bom desenvolvimento e o clima está ajudando. Cruz espera, finalmente, uma boa colheita. “Nós tivemos dois anos de seca. Eu cheguei a perder 150 mil sacas em 2014 com a seca. No ano passado, nós perdemos mais de 60 mil sacas”, lembra o produtor.

Como nem tudo é perfeito, o excesso de umidade aumenta os riscos de doenças causadas por fungos. Por isso, a aplicação de fungicida na lavoura foi feita há cerca de um mês, bem mais cedo que anos anteriores. Mas é melhor ter chuva do que falta. “A chuva é um dos principais fatores para a produtividade. Se já no plantio tiver problema de seca, a quebra chega a 50%. Do jeito que está indo, por enquanto, a perspectiva é otimista”, avalia o engenheiro agrônomo da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) Santo Augusto Pissinati Neto.

Com a safra fluindo bem, o foco do produtor rural está de olho na remuneração. Luiz Francisco Cruz teve oferta de R$ 35,00 pela saca do milho que vai ser colhido em julho, mas ele ainda não fechou negócio. O objetivo é conseguir uma oferta melhor. Mesmo com o mercado aquecido, o produtor reclama que os custos de produção aumentaram em 30%. Por isso, a preocupação é com as próximas safras.

“E a próxima compra? Se a gente comprar o adubo com o dólar neste valor e vender o milho com um dólar baixo, vai ser uma grande queda para a agricultura. Eu estou preocupado com isso. Acho que muitos estão preocupados com isso”, diz o produtor rural.