Após o início da crise política em Brasília, o dólar subiu de patamar e muitos produtores se perguntam se essa valorização vai ajudar nas negociações. Apesar de moeda norte-americana já ter sofrido algum recuo e com a estabilidade na cotação das principais commodities, acredita-se que o produtor rural pode ser beneficiado no curto prazo.
Para o analista de mercado da MB Agro César Castro Alves, apesar da incerteza e da tensão atuais vividas no país, o momento pode ser positivo para o produtor de grãos que tem seu produto na mão. Isso dependeria, segundo ele, da elasticidade do câmbio e do comportamento do preço em dólares. “Pode ser positivo vender agora, mas pessoalmente acredito que produtor deve esperar um pouco para ver como a situação vai se encaminhar nas próximas semanas”, afirma.
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Alves diz que ainda não está claro se o dólar pode subir ainda mais. “Mas o fato é aquele ambiente de provável avança na reforma da Previdência e do Brasil sendo reconstruído, que colocava o real muito forte, agora mudou e isso é positivo para os grãos”, avalia o analista.
Para o analista de mercado Leandro Martins, da Nova Futura Corretora, afirma que, com a forte alta do dólar nesta quinta-feira, dia 18, ativos como soja e boi “tomaram um susto”, caindo fortemente. “Hoje (sexta, dia 19), a gente já percebe uma recuperação, principalmente em virtude dessa volta dos ativos em geral com uma leva queda do dólar”.
O analista afirma que, em um primeiro momento, o mercado reagiu negativamente. Após a divulgação dos documentos da delação premiada, o mercado financeiro já encararia a situação de outra forma.
Martins reforça que não se trata de uma crise financeira, mas política, e, dessa forma, menos preocupante. “Se fosse financeira, a gente ficaria um pouco mais preocupado. Já se percebe que a recuperação, pelo menos em alguns ativos, já foi mais rápida. Por exemplo, quem tem ações da Vale não sentiu essa crise política, pelo contrário está até com lucro neste dia”, diz o analista.
