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'Entramos juntos, sairemos juntos', diz Mandetta sobre equipe

O ministro rejeitou nesta quarta-feira, 15, o pedido de demissão do secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira

A permanência de Luiz Henrique Mandetta à frente do Ministério da Saúde está ameaçada, de novo. Na manhã desta quarta-feira, 15, na saída do Palácio do Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro disse a eleitores que resolverá “a questão da Saúde no Brasil pra tocar o barco”. Nos bastidores, acredita-se que o “resolver” signifique demitir o ministro.

No último domingo, 12, em entrevista à TV Globo, Mandetta afirmou que os brasileiros não sabem se devem seguir as orientações do presidente da República ou do Ministério da Saúde com relação ao isolamento social. Essa e outras falas foram sentidas como provocações pela equipe do Palácio do Planalto. Bolsonaro é a favor da adoção do isolamento seletivo, no qual apenas idosos e grupos de risco permanecem em casa. Já Mandetta segue as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e recomenda o isolamento ampliado tanto quanto for possível.

No final da manhã, os rumores de demissão ficaram ainda mais fortes. O Ministério da Saúde divulgou uma nota informando que o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, responsável por definir o plano estratégico de combate ao novo coronavírus, havia pedido desligamento do ministério. Wanderson é funcionário de carreira e atua na pasta desde 2001.

Porém, na parte da tarde, Oliveira apareceu ao lado de Mandetta para a tradicional coletiva de imprensa que atualiza situação da Covid-19 em todo o Brasil. Logo no início da apresentação, o ministro disse que não aceitou o pedido de demissão do auxiliar.

“Entramos no ministério juntos, estamos no ministério juntos e sairemos do ministério juntos. Hoje teve muito ruído por causa do Wanderson, por conta de toda essa ambiência. O Wanderson já mandou lá para o setor dele [o pedido de demissão] dizendo que ia sair, chegou lá pra mim, eu já falei que não aceito. Wanderson tá aqui e acabou esse assunto. Nós vamos trabalhar juntos até o momento de sairmos juntos”, reforçou.

Durante a coletiva, Mandetta ainda explicou que, caso seja demitido, já pediu à equipe técnica dele que coopere com um possível novo gestor da Saúde.

O secretário-executivo do ministério, João Gabbardo, cotado como possível substituto temporário do ministro afirmou estar à disposição do governo federal. “Eu vou ficar no Ministério da Saúde durante todo o tempo que for necessário pra fazer a transição com toda a tranquilidade. Porque eu tenho consciência de que a população espera uma continuidade do nosso trabalho e nós não podemos – por qualquer razão – interromper isso. Eu fico com o ministro, eu saio com o ministro, mas eu fico o tempo necessário para fazer essa transição. Eu não vou abandonar o barco antes do tempo”, esclareceu.