Uma instituição que fica na divisa entre o Distrito Federal e Goiás oferece cursos para transformar profissionais de fora do agronegócio em especialistas do setor. A Escola Superior do Agronegócio Internacional, sediada na fazenda Sanga Puitã, a cerca de 70 km do centro de Brasília, foi fundada há três anos e é certificada pelo Ministério da Educação (MEC). Ela oferece cursos direcionados a quatro públicos diferentes: profissionais de Direito, do setor financeiro, diplomatas e comunicadores.
O fundador da escola, Wilfrido Marques, conta que teve a ideia de montar a escola e, uma viagem à Nova Zelândia. Naquele país, segundo ele, existe uma instituição que forma executivos das grandes redes de supermercados em assuntos ligados às cadeias agropecuárias.
A maioria dos cursos oferecidos aqui tem duração de 80 horas, tendo como foco apresentar, a quem não é do campo, como funciona o mercado agroindustrial. De acordo com o diretor técnico da escola, André Sorio, são mostradas nas aulas as dinâmicas das cadeias produtivas nacionais e do agronegócio internacional. O conteúdo também aborda logística, subsídios, legislação, tarifas e sustentabilidade, entre outras questões.
A fazenda onde está localizada a escola é ocupada por lavouras, pastagens e matas. Na área de agricultura, são produzidos soja, milho, feijão, trigo e outras culturas. Já na pecuária, o espaço é dedicado à criação de gado, equinos e ovinos. Essa última categoria é um dos destaques da propriedade. Ali são criados 1.000 animais e a produção deve chegar a 5 mil em três anos; 20% são destinados ao desenvolvimento genético.
A tecnologia de ponta aplicada na fazenda incentivou a criação de um curso específico sobre os ovinos, voltada a médicos veterinários. A escola tem um laboratório de biotecnologia de reprodução desses animais. “Médicos veterinários podem vir para cá aprender como executar de forma mais eficiente e de forma mais rentável a reprodução assistida, principalmente inseminação artificial e transferência de embriões”, diz Sorio.
Um grupo de diplomatas esteve na fazenda para conhecer o projeto da escola. Os estrangeiros ficaram surpresos com o que viram. Christoph Bundscherer, ministro da embaixada da Alemanha, acredita que o local é um ponto de referência interessante a pessoas provenientes de outros países interessados em fazer negócios, intercâmbio ou pesquisas no Brasil. Já o ministro-conselheiro da embaixada de Angola no país, José Pinto, diz que a atividade é bastante proveitosa. “O agronegócio, eu acho, que é algo que deve ser apoiado por todos”.