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‘Estocagem revela insegurança sobre oferta de alimentos e duração da pandemia’

Miguel Daoud alerta para um esfriamento no mercado de commodities quando a China com seus estoques cheios e os efeitos da pandemia diminuírem

A venda de 1,7 milhão toneladas de milho e 129 mil toneladas de soja da safra 20/21 dos EUA para a China nesta terça, 14, foi o maior volume de compra diária de milho entre os dois países dos últimos vinte e seis anos segundo o USDA. de acordo com consultorias chinesas, com a chegada destes embarques de grãos à China, os estoques de soja já alcançam 5,63 milhões de toneladas nas regiões costeiras e são pelo menos 30% maiores que no mesmo período do ano passado.

Para o comentarista Miguel Daoud, essa manobra da China faz parte de uma estratégia para garantir estoque em tempos de pandemia. “Os chineses orientaram as empresas a fazerem estoques de alimento no sentido de se precaver de uma possível paralisação das exportações do Brasil e EUA por causa da pandemia. Quando olha essa essas compras, no mercado futuro existe um movimento muito grande nesse sentido, de grandes compras. A China imagina que essa pandemia pode diminuir a oferta de alimentos, já que os países que possuem maior alastramento no momento são Brasil e EUA”, disse.

Segundo Daoud, a dúvida dos estrategistas do mercado mundial é que,  a partir do momento que se consegue a vacina, todo esse alimento armazenado poderia provocar uma mexida muito grande nos preços. “Os produtores precisam aproveitar, com dólar no patamar do jeito que está, mas se preparem, pois quando houver uma reversão lá na frente, a queda será na mesma proporção que estamos tendo agora”, disse.