Expodireto Cotrijal discute Funrural e tecnologia

Presidente da feira pede que o passivo da contribuição seja zerado, enquanto fabricantes de máquinas esperam bater recordes de venda

Fonte: Divulgação

Funrural e aumento nas vendas foram os principais assuntos do primeiro dia da Expodireto Cotrijal, importante feira de tecnologia, máquinas e implementos agrícolas que começou nesta segunda-feira, dia 5, em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul.

Em um discurso com tom de cobrança, o presidente da feira, Nei César Mânica, aproveitou a presença de autoridades para falar da mais recente dor de cabeça do produtor: o Funrural.

“Que esse passivo seja zerado. E que aqueles que pagaram sejam compensados nos próximos cinco anos com desconto em cima do que venha a ser recolhido”, discursou Mânica.

“Vamos aguardar agora os ministros. mesmo não falando muito em público, eles têm nos confidenciado que entendem o processo, eles vão levar ao Michel Temer, e o Michel Temer com certeza já vem fazendo algumas ações importantes para a recuperação da economia. E ele vai dar esse respaldo, nós acreditamos que sim”, concluiu.

 

O prazo para adesão ao programa de regularização tributária rural passou para 30 de abril. O ministro Carlos Marun disse que o governo vai usar esse prazo para analisar possíveis mudanças, mas não se comprometeu.

“Acredito que tudo tem espaço para discussão. Nós temos que efetivamente considerar as variáveis que são postas nessa questão. Mas, sem dúvida, o pleito do Mânica, que, eu tenho certeza, representa uma reivindicação da classe, vai ser analisado com o respeito que merece”, afirmou o ministro.

Além de reivindicações, a expectativa é que a Expodireto seja de bons negócios. A organização projeta crescimento nas vendas, mesmo que produtores de culturas importantes estejam com a rentabilidade comprometida em função dos altos custos de produção e remuneração baixa.

“Temos produtores capitalizados, nós precisamos buscar eficiência, cada vez mais aumento de produção. Não podemos ir contra mercado, nós sabemos disso, nem queremos que o governo interfira. Nós queremos que o governo dê uma segurança de os preços mínimos serem cumpridos, que é o que os países desenvolvidos têm”, diz Mânica.

O setor de máquinas e implementos agrícolas responde por 90% do faturamento total da feira e acredita em vendas maiores nesta edição.

“Com a seca na Argentina, as commodities aqui reagiram bastante. O nosso agricultor estava com a safra do ano passado estocada porque o preço tava baixo. Agora o preço está bom. Já se fala em R$ 80 a saca no porto, o agricultor se anima e vai vender. Em vendendo, ele vem às compras”, diz Cláudio Bier, presidente do Simers (Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul).