Fumo: qualidade traz renda e compensa safra menor

Rio Grande do Sul iniciou a colheita do produto que rendeu, em 2016, mais de R$ 6 bilhões ao setor

Fonte: Bruna Essig/Canal Rural

O Rio Grande do Sul já iniciou a colheita de fumo, que é o segundo principal produto de exportação do estado. Para se ter uma ideia, no ano passado, foram vendidas ao exterior 483 mil toneladas de tabaco para mais de 90 países, com valor total superior a US$ 2 bilhões.

A safra de fumo será menor este ano devido a problemas climáticos que afetaram o Rio Grande do Sul. A chuva de granizo que aconteceu em outubro reduziu a produtividade das lavouras de pelo menos 10 mil agricultores dos três estados do Sul do País.

Com isso a expectativa é colher nos 145 mil hectares cultivados, aproximadamente 307 mil toneladas do produto. Mas os produtores não estão tão preocupados e focam na colheita rápida para evitar mais problemas.

O produtor Antônio Coutinho cultiva 52 hectares de fumo no município de Venâncio Aires, um dos locais que mais se destaca na atividade no Rio Grande do Sul. Devido ao excesso de chuvas, a quebra de safra já é dada como certa. “Acredito que  perderemos algo em torno de 25 a 30%. Mas vamos conseguir colher logo e vai ser uma safra satisfatória sim”, comenta ele.

O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, não acredita em perda na qualidade do produto, que é importante para garantir um bom preço pelo tabaco.

“Não terá a mesma produtividade, mas sempre quando o tempo fica mais úmido, o produtor acaba ganhando na qualidade, pois a planta fica melhor. Contrário a isso, no ano passado, tivemos longos períodos de estiagem e isso trouxe bastante problema para a qualidade do produto”, comenta.

As receitas obtidas no estado com as exportações do fumo mostram que a rentabilidade da cultura ainda é insuperável. No ano passado a venda de 483 mil toneladas rendeu nada mais, nada menos, que US$ 2 bilhões ao estado, ou R$ 6 bilhões. “Essa é uma atividade muito importante do aspecto econômico e social. Pois são pequenos agricultores que cultivam fumo e que tem, sem dúvida, uma renda garantida para o sustento de suas famílias”, explica o secretário de agricultura Rio Grande do Sul, Ernani Polo.

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