Greve de fiscais adia abate de 5 mil animais no RS

Maior impacto foi sentido pelo setor de bovinos, diz Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos

A paralisação dos fiscais agropecuários no Rio Grande do Sul fez com que 5 mil animais deixassem de ser abatidos nesta sexta, dia 21. Os prejuízos das indústrias devem ser sentidos na próxima semana.

O maior impacto foi no setor de bovinos: mais da metade dos abates são acompanhados pelos fiscais estaduais.

– Evidentemente que o setor que mais impacto deve estar tendo é o setor de bovino porque não existe a figura do médico veterinário habilitado que pode emitir GTA [Guia de Trânsito Animal], independente disso, e esse talvez é um ensinamento que deve se tirar desse movimento de paralisação: os produtores rurais podem emitir GTA – afirmou o diretor do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos no Estado do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber.

Para o presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro), Antônio Medeiros, a mobilização foi um sucesso.

– A avaliação foi positiva, nós temos uma estimativa de quase 100% abates paralisados que era o que a gente programou para esse dia, que era parar os abates só na sexta-feira. Não paramos na quarta [dia 19] e na quinta [dia 20] em respeito aos animais que já pudessem ter sido transportados para os locais de abate – disse.

Os 30% do efetivo exigido por lei atuaram na emissão de Guias de Trânsito Animal e atendimento da inspeção de periódicos, mas não foi suficiente para suprir a demanda da indústria.

Apesar do fim da greve, a indústria acredita que alguns reflexos devem se estender até pelo menos o início da próxima semana, porque os animais que seriam abatidos na segunda, dia 24, já deveriam estar com a guia de trânsito animal emitida hoje. Mesmo com o processo atrasado, o setor de carnes garante que não deve faltar produto no mercado.

E os fiscais garantem: se o salário não for pago integralmente no final de agosto, devem repetir a paralisação durante uma das maiores feiras de agronegócios da América Latina.

– Para a Expointer é o que a gente tinha programado. A gente paralisou nesses dias e voltamos a paralisar caso os salários não sejam honrados no dia 31 – diz o presidente da Afagro.